O Natal sempre chega assim: trazendo luzinhas no olhar, lembranças antigas que voltam devagar, cheiros de casa e reencontros possíveis. E, claro, chega trazendo música. Porque, no Brasil, até o Natal tem trilha sonora própria — mistura de fé, ternura, saudade, esperança… tudo embalado por vozes que já nos acompanham há décadas.
A gente lembra de Simone cantando “Então é Natal”, e parece que o mês de dezembro começa ali, naquele primeiro acorde. Lembra de Ivan Lins com “Novo Tempo”, anunciando que ainda podemos acreditar em dias melhores. Lembra de Milton Nascimento cantando “Calix Bento”, e a canção vira reza. Ou de Maria Bethânia recitando palavras que soam como bênção.

E tem também o Natal mais brasileiro, mais de quintal, mais da rua: “Boas Festas” com Carlos Galhardo, “A Estrela” com Gilberto Gil, “Noite Feliz” nas versões de Alcione, Gal Costa ou Zé Ramalho — cada uma acendendo um tipo diferente de luz no coração da gente.
Hoje, enquanto esse país gigante se organiza para abraçar quem ama, eu aproveito a companhia de vocês para desejar a todos uma noite muito feliz.
É um privilégio dividir as manhãs, as tardes, as estradas, as cozinhas e os fones de ouvido de tanta gente Brasil a fora. Música junta o que às vezes a vida separa. E estar aqui, com tantos ouvintes espalhados pelo Brasil, é um dos maiores presentes que eu poderia ganhar.
Então, nesse clima de laços e lares, eu desejo que o seu Natal seja bonito do seu jeito: cheio de calma, de riso, de comida boa, de gente querida — ou de silêncio, se for isso que você precisa.
Que a música brasileira continue sendo essa chama que aquece, que cura e que acompanha. Um feliz Natal, com afeto, com esperança e com a certeza de que ter a sua companhia é o nosso maior presente.


