O Brasil amanheceu de mais triste na manhã desta terça-feira (15). Faleceu Léa Garcia, aos 90 anos. A notícia foi dada pelos familiares pelo Instagram. Segundo informado pelo filho da atriz à Globo, Léa sofreu um infarto.
Ela seria homenageada na noite de hoje com o troféu Oscarito, no Festival de Gramado – uma homenagem pelo conjunto de sua obra.
Uma das primeiras atrizes negras na televisão brasileira, Léa sempre se destacou como uma voz forte no combate ao racismo e à discriminação. O papel de Rosa, na novela “Escrava Isaura”, fez a atriz ser reconhecida nacionalmente.
Foram cerca de 70 filmes e novelas, além de 20 peças teatrais ao longo de sua carreira.
Homenagens a Léa Garcia
A atriz Laura Cardoso, que esteve com Léa recentemente em Gramado, disse, em postagem nas redes sociais, que ainda está sem acreditar.
Ainda sem compreender o que houve. Estávamos juntas todos esses dias em gramado, sorrindo e se divertindo, como nos velhos tempos…. Fique com Deus minha eterna colega. Fique com Deus…
Taís Araújo também deixou sua homenagem à Léa com um texto emocionante, reverenciando e agradecendo à atriz pioneira.
Não sei muito bem o que dizer. Na verdade tô com dificuldade de falar de dona Lea no verbo passado. É que pra mim ela é. Ver dona Léa no alto dos seus 90 anos trabalhando, escrevendo, sendo homenageada e reverenciada como ela merece era… era fortalecedor, confortante, de dar fôlego.
Dona Lea se foi. E lá se vai uma RAINHA. Perseverante, leve como uma pluma, cheia de bom humor, sábia com palavras doces e certeiras, firme sem nunca perder a ternura. Eu te agradeço Léa.
Carreira
Nascida no Rio de Janeiro, em 1933, Léa Garcia iniciou sua carreira no teatro por influência de Abdias do Nascimento, dramaturgo e ativista. Ele acabou convencendo Léa a subir no palco pela primeira vez no Teatro Experimental do Negro, na peça Rapsódia Negra, de 1952.
Na televisão, fez sua estreia no Grande Teatro da TV Tupi, na década de 50. Em 1957, foi indicada ao prêmio de Melhor Interpretação Feminina no Festival de Cannes pela atuação no filme “Orfeu Negro”, de Marcel Camus.
Em 1970, integrou o elenco da novela “Assim na Terra como no Céu”, na TV Globo. Léa participou do primeiro programa gravado em cores no Brasil, em 1972.
Foram mais de seis décadas de carreira dedicadas a arte. Também atuou como roteirista, adaptando textos de autores negros para as teleas, como Cidinha da Silva e Muniz Sodré.
Obrigada por sua imensa contribuição à cultura brasileira, Léa.
Por: Bianca Sousa