Você já teve a sensação de estar falando outro idioma ao conversar com alguém de uma geração diferente no trabalho? Então escuta essa história.
Um líder precisou demitir um jovem colaborador por não cumprir os combinados e por não ser claro nas entregas e resultados. Na reunião de desligamento, o funcionário ficou surpreso. Disse que não entendia o motivo da demissão, mesmo após ter recebido vários feedbacks. E ainda afirmou que não compreendia o que era falado.
Esse tipo de desencontro é mais comum do que parece — especialmente entre a geração Z, formada por jovens nascidos no fim dos anos 90, e as gerações anteriores, como os boomers, X e Y.
A geração Z tem uma forma muito própria de se comunicar: rápida, digital, cheia de referências visuais e fragmentada. Mas, no ambiente profissional — onde é preciso escutar com atenção, entender o contexto e lidar com conversas difíceis — essa linguagem nem sempre funciona.
O resultado? Ruídos, mal-entendidos e, muitas vezes, frustração dos dois lados.
A verdade é que não falta capacidade — falta repertório. Falta prática em reuniões presenciais, em negociações, em saber dizer “não” com respeito. Falta espaço para aprender a ser assertivo sem parecer agressivo. E também falta entender que nem toda comunicação precisa ser imediata.
Às vezes, falta até perceber que, numa reunião online, é importante estar com a câmera ligada e em um ambiente adequado. São detalhes que fazem diferença.
Se você lidera ou trabalha com jovens da geração Z, aqui vão três atitudes que podem ajudar bastante:
- Compartilhe mais informações sempre que puder. Isso ajuda a diminuir a ansiedade diante das incertezas. E mostre como o trabalho de cada um é importante. Eles querem saber que estão contribuindo para algo maior, que o que fazem tem impacto.
- Nomeie atitudes e comportamentos de forma clara, dizendo exatamente o que é esperado. Evite generalizações como “preciso que você se comprometa mais” — prefira algo como “preciso que você entregue os relatórios até sexta-feira, como combinamos”. Repetir e checar o entendimento é dever de todos. Mas, em vez de perguntar “você entendeu?”, peça que a pessoa parafraseie o que foi dito com suas próprias palavras. Isso ajuda a garantir que a mensagem foi realmente compreendida.
- Forneça feedback claro e construtivo — isso desenvolve habilidades de comunicação que ainda estão em formação.
A geração Z tem muito a oferecer. E também muito a aprender. Cabe a nós criar pontes, abrir espaço para a troca e ajudar a construir uma comunicação mais conectada e humana.



