Entre um embarque e outro na estação República da Linha 3-Vermelha do Metrô, muita gente passa batido por uma pequena porta que carrega um grande propósito. Ali funciona a Estação Prevenção Jorge Beloqui, um espaço da Secretaria Municipal da Saúde voltado exclusivamente à prevenção ao HIV. E a palavra-chave é acesso.
“O serviço é pensado para quem não consegue ir a uma unidade durante o dia. Aqui, a testagem e o acesso à PrEP e à PEP acontecem até 11 da noite”, explica Carolina Marta, coordenadora da área técnica de diagnósticos da Coordenadoria de ISTs da prefeitura.
Prevenir antes e depois da exposição
A Estação Prevenção oferece dois tipos de profilaxia: a PrEP (profilaxia pré-exposição), que consiste em um medicamento tomado antes da relação sexual para prevenir o HIV; e a PEP (profilaxia pós-exposição), indicada quando já houve o contato de risco, como uma relação desprotegida ou um acidente com material biológico. Nesse caso, o remédio precisa ser iniciado em até 72 horas.
“Qualquer pessoa pode buscar o serviço. Não precisa ter encaminhamento, não precisa de justificativa. Basta vir”, reforça Carolina.
26 mil atendimentos e planos de expansão
Inaugurada em junho de 2023, a unidade começou com cerca de 30 atendimentos diários. Hoje, esse número passou de 80, somando mais de 26 mil atendimentos em dois anos. “A procura aumentou muito. Isso mostra como o serviço é necessário e bem aceito pela população”, avalia a coordenadora.
Além da estação República, a rede municipal conta com 27 unidades fixas que oferecem testagem e profilaxia, além de UPAs que distribuem a PEP. Também é possível acessar o canal online SPrEP, que permite o início do atendimento remoto e, em seguida, a retirada dos medicamentos em máquinas instaladas em estações de metrô.
Horários e onde buscar atendimento
A Estação Prevenção funciona de terça a sábado, das 17h às 23h. Já o canal online SPrEP está disponível todos os dias, inclusive feriados, das 18h às 22h. Segundo Carolina, a ideia é que o modelo seja expandido para outras áreas da cidade, a depender do monitoramento da incidência de novos casos.
“Nos últimos oito anos, o número de novas infecções por HIV em São Paulo caiu 54%. Isso se deve, em grande parte, à ampliação do acesso à prevenção”, completa.



