De origem pobre até vice presidente artístico do Rock in Rio e The Town. Zé Ricardo é múltiplo. A bagagem como cantor, compositor e produtor musical faz com que o feeling para unir gerações no palco seja apuradíssimo, como a junção entre Zé Ramalho e a banda de heavy metal brasileira Sepultura no Palco Sunset (RIR), em 2013.
Convidado da semana no Vozes da Vez, Zé conversa sobre os caminhos que percorreu até chegar ao topo do showbusiness nacional.
Zé Ricardo
Filho de uma lavadeira e um porteiro, Zé Ricardo esteve presente na primeira edição do Rock in Rio, em 1985. Aos 15 anos, trabalhando como office boy do Banco do Brasil, Zé economizou mais da metade de seu salário da época durante três meses para participar da edição histórica do festival.
O evento não apenas está em sua memória afetiva como foi essencial para que decidisse seguir carreira na música. Como já tocava violão, comprou um violão elétrico de Moraes Moreira com a ajuda de uma “vaquinha” que os amigos do banco fizeram para que realizasse o sonho. Em seguida, formou sua primeira banda.
Trabalhou por muitos anos como cantor, compositor, instrumentista e produtor musical. Passou a integrar o time do Rock in Rio em 2007, vinte e dois anos depois da sua primeira experiência com o festival. Em 2011, assumiu de vez a curadoria artística do Palco Sunset – um dos preferidos do público que, por muitas vezes, é preferência comparado ao Palco Mundo.
Seus projetos de curadoria procuram lançar um olhar sobre a diversidade e pluralidade do que somos enquanto sociedade. O músico assina encontros de grande repercussão no Sunset, como Iza e Alcione e Ney Matogrosso junto com Nação Zumbi. Atualmente, o Palco Favela também é da curadoria de Zé.
No site de sua empresa, está registrada sua gratidão pela música:
“Todas as suas conquistas até hoje vieram através da música. Ela lhe deu tudo. Por isso sua devoção com a qualidade musical é total.”
“Quando se faz sucesso, as pessoas esquecem de onde nós viemos. Eu não quero esquecer de onde vim e não vou.”
Papo entre amigos, bonito, elegante e sincero, Zé Ricardo relembra os caminhos que passou até chegar onde chegou. Fabiane Pereira inicia a conversa falando sobre oportunidades, motivações e aprendizados. Com o seu poder de influência, Zé ressalta que estar nesta posição deve provocar um “incômodo”, um “não conformismo”.
“Eu trabalho todos os dias para não ser o que eu não quero ser.”
Durante a conversa, o curador ainda destacou o papel de um produtor cultural:
“Um produtor cultural precisa dar 20% do que o povo quer e 80% do que o povo precisa, que não sabe que quer.”
Ouça o episódio na íntegra:
Sobre o ‘Vozes da Vez’
Apresentado pela jornalista, radialista e curadora Fabiane Pereira, o Vozes da Vez é o programa que celebra as novidades da cultura brasileira no dial, uma espécie de rádio-talk-show.
Por meio de entrevistas intimistas e divertidas, a apresentadora – que já é conhecida do público por equilibrar perspicácia e descontração – vai conduzir o ouvinte a uma experiência sonora repleta de boas histórias com personalidades da música, do cinema, do esporte, da literatura, da política, da ciência e das artes em geral.
Confira a playlist oficial do programa:
Por: Bianca Sousa