Autor do projeto da desoneração critica governo: “Ninguém perde o que não tem”

Diego Amorim
Diego Amorim
Diretor-executivo da Novabrasil FM na capital federal. Jornalista entre os 10 mais premiados da história de Brasília. Autor de ‘Filho de pandemia’.

Em entrevista à Novabrasil FM nesta terça-feira (28), o senador Efraim Filho (União Brasil-PB) disse esperar que, em razão do “desgaste” nos últimos dias, o governo recue da decisão de vetar a prorrogação da desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia até 2027.

De toda forma, a derrubada do veto já está sendo negociada e o senador acredita que “os votos nós temos” para reverter a situação.

Segundo Efraim, a derrubada do veto une empregadores e bases sindicais. Ele alfinetou a deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, que criticou as reações ao veto: “Ela soltou piadinha na internet, mas os sindicatos, que são a base do PT, estão com a gente”.

O senador chamou de “frágeis” os argumentos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em defesa do veto.

“O governo já não conta com essa receita [oriunda da desoneração]. Ninguém perde o que não tem, não há renúncia de receita, os setores já estão desonerados, por isso se fala em prorrogação. O que o governo quer é acabar com a desoneração para arrecadar mais. E o maior desafio do Brasil não é arrecadar mais, é gerar emprego”, comentou.

Efraim admitiu que o ideal seria “a desoneração ampla e universal” da folha de pagamento, mas “o que é possível agora é priorizar os setores que mais empregam”. Se o veto não for revertido, o senador prevê demissões: “Vai elevar o custo do emprego e vai ter muita empresa que não sobreviverá e terá de demitir”.

Indicações ao STF e à PGR

Efraim Filho também comentou a confirmação das indicações de Flávio Dino e Paulo Gonet para o STF e para a PGR, respectivamente.

O senador, que integra a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde ambos os indicados serão sabatinados, disse que o presidente da República tem a prerrogativa das indicações, mas falou em “responsabilidade do Senado para fazer a avaliação” desses nomes.

Ele acrescentou que o Supremo e a PGR são “espaços técnicos”, que os indicados, no entender dele, têm “conhecimento técnico e notório saber jurídico”, mas ponderou sobre o contexto de “circunstâncias políticas” e disse que o Senado precisará avaliar a compreensão dos indicados sobre “esse limite tênue e essa tensão entre os Poderes”.

Assista à íntegra da coluna Conexão Brasília que foi ao ar em 28 de novembro no Nova Manhã, para os ouvintes da Novabrasil FM em todo o país (a coluna vai ao ar às 7h, de segunda a sexta).

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