“Tratamento para corruptos é de absoluto favor”, diz Dallagnol

Diego Amorim
Diego Amorim
Diretor-executivo da Novabrasil FM na capital federal. Jornalista entre os 10 mais premiados da história de Brasília. Autor de ‘Filho de pandemia’.

Em entrevista à Novabrasil FM, o ex-deputado e ex-procurador Deltan Dallagnol disse nesta terça-feira (17) que o tratamento que a Justiça dá hoje para corruptos no Brasil “é de absoluta leniência, absoluto favor, absolutamente brando”.

O ex-coordenador da Lava Jato em Curitiba rebateu o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, que em entrevista também à Novabrasil nessa segunda-feira (16) afirmou que a Lava Jato foi uma “brutal operação paralela ao Estado, sem cumprir os ritos judiciais e o Estado Democrático de Direito”.

“Sérgio Cabral é um dos maiores corruptos da história do Brasil. Ele tem as suas mãos sujas com o sangue dos brasileiros”, disse Dallagnol.

“Forçação de barra”

O ex-procurador afirmou, ainda, que as condenações da Lava Jato têm sido anuladas “com base em forçação de barra” e defendeu as prisões preventivas consideradas pelo ministro do STF Gilmar Mendes como “excesso de prazo”.

“Você não vai manter a pessoa solta, para que ela continue recebendo propinas, desviando milhões no exterior, sumindo com esse dinheiro. Errado foi ter soltado o Sergio Cabral”, disse.

“Cabral delatou Toffoli [Dias Toffoli, ministro do STF], e o próprio Toffoli anulou a delação”, lembrou.

Ao comentar as informações que indicavam mordomias para Cabral nos seis anos em que ele esteve preso, Dallagnol disse que “o que a gente vê é o sistema de poder, os donos do poder mandando no Brasil, mesmo quando eles praticam crimes graves”.

“Fofoca”

Dallagnol saiu em defesa de todo o trabalho feito pela Lava Jato, dizendo que “jamais se comprovou condenação de inocentes ou fraude em provas”. Ele também classificou as mensagens divulgadas pelo caso conhecido como Vaza Jato de “fofoca querendo bancar de escândalo”.

Questionado sobre por que não desistiu da vida pública, após as investigações e a cassação do mandato de deputado, Dallagnol disse que “só por meio da política a gente pode virar o jogo contra os donos do poder”.

“É preciso mudar de dentro, por isso que eu saí do Ministério Público. A gente tem que ter coragem para enfrentar os donos do poder no Brasil.”

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