Falta de combustível pode explicar falha no pouso da ispace na Lua

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A falta de combustível pode explicar por que a sonda da ispace não conseguiu finalizar o pouso leve na Lua, afirmou um dos diretores da empresa nesta quarta (26).

“Aparentemente, ele [o módulo] entrou em queda livre em direção à superfície [da Lua], pois estava ficando sem combustível para acionar seus propulsores”, disse o diretor de tecnologia Ryo Ujiie em uma coletiva de imprensa.

A companhia também levantou o ponto de que, conforme a sonda se aproximava da Lua, o sistema de medição de altitude calculou de modo incorreto a distância até a superfície.

Os problemas podem explicar as razões que fizeram com que a ispace perdesse contato com a sonda, chamada de Hakuto-R, segundos antes do pouso em solo lunar. Foi por muito pouco que a nave não atingiu seu objetivo de alcançar a superfície do satélite natural da Terra sem comprometer sua estrutura. Dados de momentos anteriores do fim das informações vindas do equipamento indicavam cerca de 90 m de altitude e velocidade inferior a 40 km/h.

Depois da perda do contato, a empresa continuou na tentativa de coletar informações da sonda. Horas depois, no entanto, a ispace admitiu que provavelmente ocorreu um pouso forçado.

A hipótese de que não foi possível realizar um pouso suave também é reiterada pelo simples fato de o contato não ter sido retomado. Diante das tentativas da empresa, se a nave tivesse pousado como o previsto, era esperado que o contato voltasse a acontecer.

A falha na operação fez com que a meta da ispace de ser a primeira organização privada a realizar um pouso suave na Lua fosse por água abaixo. Somente EUA, China e Rússia conseguiram tal feito, mas todos por meio de agências públicas.

O fracasso de pousar na Lua, no entanto, é comum. Iniciativas nos últimos anos de países como Israel e Índia também não conseguiram atingir o objetivo.

O insucesso do pouso também foi ruim para os negócios da ispace. Até a tarde desta quinta (27), o preço das ações da companhia já caíram cerca de 25%.

Mesmo assim, a empresa agora se prepara para uma nova missão que deve ocorrer em 2024. Segundo Takeshi Hakamada, o diretor da ispace, os problemas vistos no voo desta terça (25) devem trazer aprendizados para a nova tentativa no próximo ano.

Redação / Folhapress

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