Operação da PF apreende na Flórida fuzis que seriam enviados a traficantes do Rio

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Agentes da Polícia Federal brasileira e da Agência de Investigações de Segurança Interna dos Estados Unidos apreenderam 12 fuzis em uma loja de armas de fogo em Orlando, na Flórida. O armamento, segundo investigação, seria enviado para facções criminosas que atuam no Rio de Janeiro.

A apreensão ocorreu durante a operação “Black Market”, contra um suposto grupo de tráfico internacional de armas. Os suspeitos podem responder também por comércio ilegal de armas de fogo, lavagem de dinheiro e associação criminosa. As penas, se somadas, ultrapassam 44 anos de reclusão.

A Polícia Federal não revelou os nomes dos alvos da busca e apreensão. A reportagem não conseguiu localizar as defesas.

De acordo com as investigações da Polícia Federal, os suspeitos tiraram registro de CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores) no Exército para comprar armas e acessórios em larga escala e importá-los dos Estados Unidos para o Brasil, “utilizando-se da flexibilização da legislação sobre o controle de carregadores, inclusive aqueles de alta capacidade, usado em armas automáticas”, diz a PF, em nota.

Um novo decreto em preparação pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá modificar a fiscalização sobre os CACs. A Polícia Federal passa a ser responsável pela concessão de registro e autorização para aquisição de armas de CACs e, também, pela fiscalização de clubes de tiro e lojas de armas. Atualmente, esse papel cabe integralmente ao Exército.

Na casa de um dos alvos de busca e apreensão, em Nova Iguaçu (RJ), os agentes apreenderam duas pistolas, sete carregadores e munição de pistola e fuzil. O homem foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso permitido e restrito.

A PF disse que facções que atuam no Rio de Janeiro haviam comprado os 12 fuzis que foram apreendidos nos EUA, e que os suspeitos, juntos, movimentaram R$ 25 milhões em cinco anos, “montante incompatível com as rendas declaradas pelos investigados”, diz a instituição.

As investigações começaram em 2021, quando a delegacia especial da Polícia Federal no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, apreendeu 475 carregadores de fuzis e pistolas em uma transportadora no bairro de Olaria, na zona norte do Rio.

A operação envolveu órgãos de segurança pública dos Estados Unidos como DSS (Serviço de Segurança Diplomática), o Escritório de Indústria e Segurança e a Ficta (Força-Tarefa Internacional de Combate ao Tráfico de Armas e Munições).

YURI EIRAS / Folhapress

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