Hoje é dia de celebrar a vida de Arnaldo Baptista!
O cantor, multi instrumentista, compositor, escritor e artista visual paulistano fundou e integrou, ao lado do irmão, Sérgio Dias, e da Mãe do Rock brasileiro, Rita Lee, uma das bandas mais importantes e irreverentes da música popular brasileira: Os Mutantes.
Primeira banda a fazer rock psicodélico no país, o trio é referência no que diz respeito à música experimental no Brasil e no mundo. Tendo como influência nomes do rock`n roll internacional como Jimi Hendrix e The Beatles, Os Mutantes também bebiam de fontes bem brasileiras e foram pioneiros em mesclar o rock com elementos musicais nacionais.
Formado em 1966, pouco antes do Movimento Tropicalista no Brasil, o grupo é considerado um dos mais criativos, dinâmicos, radicais e talentosos da era psicodélica e da história da música mundial. A banda foi responsável por várias inovações técnicas e sonoras que, até então, eram desconhecidas ou pouco usadas pela indústria fonográfica brasileira. Um dos maiores responsáveis por tais inovações foi Cláudio Dias Baptista, irmão mais velho de Sérgio e Arnaldo. Foi ele quem projetou e construiu vários dos instrumentos e equipamentos usados pelos Mutantes ao longo de sua carreira.
Com os Mutantes, Arnaldo Baptista lançou oito álbuns de estúdio antológicos e dois ao vivo, além de participar do histórico disco Tropicália ou Panis Et Circense e das inesquecíveis apresentações de Gilberto Gil e Caetano Veloso nos festivais de 1967 e 1968, respectivamente, com as canções Domingo no Parque e É Proibido Proibir.
Com o trio, Arnaldo colocou seus conhecimentos musicais e seu privilegiado senso de humor a serviço de canções como: Ando Meio Desligado, Don Quixote, Caminhante Noturno, Balada do Louco, Top-top, Tecnicolor, El Justiceiro e muitas outras.
Quando deixou a banda, ele lançou o aclamado pela crítica disco solo Loki?, em 1974, produzido por Roberto Menescal e Mazzola, em que canta e toca piano, e traz ainda arranjos do maestro Rogério Duprat em duas canções. Depois disso, ainda lançou mais cinco discos em carreira solo, dois deles acompanhado da banda Patrulha do Espaço.
O aniversariante do dia já foi citado como referência para astros internacionais, como Kurt Cobain e Sean Lennon, filho de John Lennon. Sua relação com a música começou cedo: na infância e adolescência, Arnaldo fez curso de vivência de piano clássico, de contrabaixo clássico, violão prático e piano jazz-rock.
Em 2006, no retorno do grupo Os Mutantes, Arnaldo volta a tocar ao lado do irmão Sérgio Dias e do baterista Dinho Leme, após 33 anos de sua saída da banda e 30 do fim do grupo. Depois de ter sido expulsa por Arnaldo da banda nos anos 70 (como conta em sua autobiografia), Rita Lee – que trilhou uma carreira solo de muito sucesso – não retornou para o reencontro e Zélia Duncan integrou o conjunto naquele momento.
A apresentação – que seria apenas um especial para o festival Tropicália – A Revolution in Brazilian Culture, organizado pelo centro cultural inglês Barbican – se tornou uma turnê com shows nos EUA, Europa, Ásia, Austrália e Brasil.
Esta formação durou até setembro de 2007, quando Zélia comunicou sua saída do grupo para retomar sua carreira solo. Poucos dias depois do anúncio, quando a banda estava em turnê pela Europa, Arnaldo comunicou que também deixaria a banda para cuidar de projetos pessoais.
Sua história foi retratada no documentário Loki – Arnaldo Baptista, de 2008, dirigido por Paulo Henrique Fontenelle. No mesmo ano, a editora Rocco lançou o romance Rebelde Entre os Rebeldes, que Arnaldo escreveu nos anos 80.
Em 2010, o circuito oficial das artes lançou Arnaldo Baptista como artista plástico, pela Galeria Emma Thomas, e ele passou a fazer exposições pelo Brasil e exterior.
Feliz Aniversário, Arnaldo Baptista!