Hoje, dia 07 de julho, é aniversário de Moraes Moreira. Caso não tivesse nos deixado inesperadamente no dia 13 de abril de 2020, vítima de um infarto agudo do miocárdio, o eterno, gigante e brilhante Novo Baiano estaria completando 76 anos de idade.
Moraes Moreira foi um dos maiores cantores, compositores e instrumentistas da música popular brasileira. Tanto que nós já o homenageamos tantas vezes aqui na Novabrasil, exaltando sua importância e grandeza!
Por exemplo, quando completamos um ano que ele nos deixou, fizemos o MORAEZAÇO:
Depois, ele – como o primeiro cantor de trio elétrico do Brasil – entrou para a temporada de Carnaval do nosso podcast original Novabrasil, que traz audiobiografias de grandes nomes da nossa música, o ACERVO MPB:
No ano passado, quando completamos dois anos sem Moraes, preparamos uma lista com 10 curiosidades sobre o artista:
E neste ano, quando completamos três anos de sua partida, preparamos uma playlist mais que especial com os seus 15 maiores sucessos:
E hoje, para celebrar a trajetória do aniversariante do dia e seguir homenageando grandes compositores da nossa música popular brasileira – que são tão importantes e têm uma contribuição tão significativa quanto cantores, intérpretes e músicos – nós damos continuidade à série Saudando Grandes Compositores da MPB, em que contamos a história de grandes clássicos das carreiras desses artistas.
Confira!
No aniversário de Moraes Moreira, conheça a história por trás de seus clássicos
Entre os inúmeros sucessos compostos por Moraes Moreira, escolhemos contar as histórias de dois de seus clássicos: Acabou Chorare e Besta é Tu. Confira:
Acabou Chorare
Acabou Chorare é uma música de Moraes Moreira, com letra de seu grande parceiro Luiz Galvão. É explicitamente influenciada por João Gilberto e pela estética da bossa nova e deu nome ao aclamado segundo álbum dos Novos Baianos (1972), que foi escolhido como o primeiro dos 100 maiores discos da música brasileira, por uma votação realizada pela revista Rolling Stone Brasil, em outubro de 2007.
A letra surgiu de uma abelha que pousou na mão de Galvão. Ele foi contar para João Gilberto – seu grande amigo – que estava fazendo uma letra sobre a relação que criou com a abelha, pensando em como ela podia voar tão alto e chegar à cobertura do 4º andar do apartamento em que os Novos Baianos moravam em Botafogo.
João achou fenomenal! E disse que havia conversado há pouco sobre abelhas com o poeta Capinan, que comentou sobre a beleza de a abelha beijar a flor e fazer o mel. João completou dizendo: “E ainda faz zun-zun”. Galvão, genial que era, gostou muito da frase e perguntou para João Gilberto se podia utilizá-la.
O nome da música também veio de uma conversa com João. Ele contou a Galvão que, quando moravam no México, sua filha, Bebel Gilberto – hoje, uma grande cantora, mas, na época, ainda uma criança – se machucou e ele ficou muito aflito. Ela, percebendo a aflição do pai, tentou esconder a dor e com a fala de quem estava ainda se alfabetizando e confundindo o português e o espanhol, acalmou-o dizendo: “Não, não! Acabou Chorare!”
Besta é Tu
Do mesmo disco, Acabou Chorare (1972), o samba Besta é Tu é uma composição conjunta de Moraes Moreira, Luiz Galvão e Pepeu Gomes, e também foi imortalizado na voz de Moraes, assim como a canção anterior.
O que poucos sabem é que Besta é Tu é, na verdade, o nome que se dá – lá no interior da Bahia, onde nasceu Moraes Moreira (em Ituaçu, para sermos mais precisos!) – a um método de aprendizado de violão, cujo exercício inicial produz sons que, pela repetição, sugerem a onomatopeia “besta é tu/besta é tu”.
“É no tom de Lá menor, que é o primeiro tom que a pessoa aprende. Quando consegue fazer o besta-é-tu, é uma felicidade”, contava Moraes.
Gostou de saber mais sobre as histórias de grandes canções da nossa música popular brasileira? Continue acompanhando a nossa série Saudando Grandes Compositores da MPB, na Novabrasil! Hoje, homenageamos o aniversariante Moraes Moreira!