Síndica relatou problemas em obra 6 meses antes de estacionamento ceder em São José

Na última terça-feira (11), o estacionamento de um prédio residencial no bairro Jardim Topázio, em São José dos Campos, sofreu uma movimentação de terra e acabou cedendo. Mesmo com a ausência de feridos, a Defesa Civil interditou parte do local. A movimentação de terra teria ocorrido por causa da existência de um desnível entre o prédio onde houve o incidente e um edifício vizinho, que ainda está em construção.

A repórter Ariane Caldas foi até o local para conversar com Márcia Tomba, síndica e moradora do prédio cujo piso do estacionamento cedeu; e com José Benedito da Silva, coordenador da Defesa Civil.

Segundo Márcia, o problema começou a partir do começo deste ano, com o muro e o piso do estacionamento começando a rachar. Tanto que, de acordo com ela, a Defesa Civil foi até o local em março e pediu que ela observasse a progressão do problema. Em maio, o órgão interditou os fundos do estacionamento. José Benedito afirmou que uma escavação no prédio vizinho interferiu na área de lazer do prédio onde houve a movimentação de terra.

Segundo Márcia, canos chegaram a estourar e as rachaduras continuavam a abrir, sendo apenas trocado o encanamento e remendados os buracos com concreto. Ela alega que órgãos de fiscalização da Prefeitura também estiveram presentes, mas ninguém teria feito nada – incluindo a construtora responsável pelo prédio vizinho, que, para ela, é a responsável pelo problema.

Márcia conta que, no último fim de semana, houve um deslocamento muito grande de veículos no local. Ela já havia contratado um engenheiro perito e ele orientou que ela dissesse aos moradores para, emergencialmente, retirarem todos os carros do estacionamento. E não foi à toa – na segunda (10), o chão desabou. Márcia não estava no prédio no momento do incidente.

Segundo ela, um engenheiro da construtora compareceu ao estacionamento, mas ficou mudo em meio a um tumulto dos moradores.

Ela ainda aguarda o laudo da Defesa Civil sobre o incidente. Segundo José Benedito, a princípio, não há orientação para que os moradores desocupem seus apartamentos, já que não há instabilidade registrada no condomínio. A preocupação, de acordo com ele, é com os reservatórios de água da área comum e com a recomposição dela.

Mesmo assim, Márcia conta que deve ficar de sobreaviso, observando todos os dias eventuais rachaduras nos muros, no solo ou mais movimentações de terra.

Após a conclusão da reportagem, a Construtora Sousa Araujo se manifestou por meio de uma nota. Segue o comunicado abaixo, na íntegra:

A construtora Sousa Araujo lamenta o ocorrido e já está tomando medidas para solucionar os problemas na obra no Jardim Topázio. A empresa está em contato com representantes do condomínio para devida assistência e realização dos reparos necessários.

Também serão adotadas medidas como locação de estacionamento para moradores que tiveram vagas de garagem afetadas. O local foi vistoriado pela Defesa Civil e não foi constatada a necessidade de paralisação da obra ou remoção de moradores do condomínio.

A construtora Sousa Araujo atua há mais de 14 anos no mercado, período em que já entregou mais de 20 mil unidades habitacionais, sempre prezando pelo bom relacionamento com os moradores vizinhos de suas obras.

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