São Paulo usa paciência para contratar James Rodríguez

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O São Paulo tentou por mais de um mês fechar com James Rodríguez, 32. Contratação de maior impacto no clube desde a chegada de Daniel Alves, em 2019, o colombiano desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos na noite deste domingo (30).

Ele assinou contrato até o junho de 2025. Cerca de 200 torcedores o esperavam o seu desembarque no saguão. Assim que saiu do voo fretado que o levou de Medellín ao Brasil, foi recepcionado pelo presidente do clube, Julio Casares.

O São Paulo começou a negociar com Rodríguez em maio, quando o diretor de futebol, Rui Costa, ouviu que seria possível conversar com meia que disputou as Copas de 2014 e 2018 pela Colômbia. O jogador esperava por uma nova oferta da Europa desde que ficou sem contrato com o Olympiacos, da Grécia.

A ideia dele era, se assinasse com o São Paulo, ter um acordo de menor duração, talvez até o final deste ano. Isso não era de interesse do time brasileiro, que sinalizou com a possibilidade de classificação para a Libertadores de 2024, uma competição que o atleta jamais disputou.

O salário, de R$ 1 milhão por mês livres de impostos, será o maior do elenco e um pouco superior aos R$ 800 mil recebidos por Jonathan Calleri. Mas o São Paulo não gastou nada para contratá-lo. O argentino custou US$ 3 milhões (R$ 14,2 milhões pela cotação atual).

Não está claro quando Rodríguez poderá estrear. Ele não joga desde março, mas o São Paulo terá em agosto partidas decisivas pelo mata-mata da Copa Sul-Americana e da Copa do Brasil. Pelo torneio continental, fará dois jogos contra o San Lorenzo-ARG, nas oitavas de final. Vai enfrentar também o Corinthians pela partida de volta da semifinal da competição nacional.

O São Paulo contou com uma série de fatores e influências para fazer a contratação do meia que passou por Real Madrid-ESP e Bayern de Munique-ALE. Rafinha, colega de Rodríguez na Alemanha, conversou com o colombiano sobre o futebol brasileiro e o que ele encontraria no Morumbi. Dorival também falou com o elenco para sentir o ambiente antes da contratação.

Parte da renda de partidas em que o Morumbi recebeu bom público, como contra Tolima-COL e Palmeiras, foi usada para pagar os vencimentos do elenco. Segundo Casares, em entrevista à CNN, os salários CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) estão em dia, mas ele diz que os direitos de imagem, que representariam 30% do total devido aos atletas, “pode atrasar dois, e depois, paga um e fica um”.

James Rodríguez teve o auge na carreira no Mundial de 2014, no Brasil. Foi um dos melhores da competição em que a Colômbia chegou às quartas de final e foi eliminada pelo Brasil. A participação ficou marcada também pelos golaços que anotou, especialmente contra Japão, na fase de grupos, e Uruguai, nas oitavas de final.

Não é a primeira vez que ele foi cotado para se transferir a um time brasileiro. O Botafogo chegou a se interessar pelo jogador, mas não houve negócio.

Em 2009, quando começava a carreira no Banfield, foi recusado pelo Palmeiras. Foi observado por Jorginho, então auxiliar do técnico Muricy Ramalho, que o descartou. Disse que ele foi substituído no intervalo da partida e e era “uma bolinha” por estar acima do peso.

Rodríguez chega para preencher, na teoria, uma lacuna na equipe. Um jogador de qualidade no meio-campo, que pode atuar por diferentes setores e capaz de finalizar com qualidade.

“O São Paulo queria um Raphael Veiga [meia-atacante do Palmeiras]. Alguém que organize, faça passes e gols. James é isso. Mas precisará ser escalado com cuidado, não em todos os jogos”, analisa Paulo Vinicius Coelho, colunista da Folha de S.Paulo.

ALEX SABINO / Folhapress

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