Mourão admite chance de deixar ‘Republicanos governista’

Diego Amorim
Diego Amorim
Diretor-executivo da Novabrasil FM na capital federal. Jornalista entre os 10 mais premiados da história de Brasília. Autor de ‘Filho de pandemia’.

Em entrevista exclusiva à Novabrasil FM, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) disse que, se o partido dele realmente entrar no governo Lula, “vai ficar complicado” para ele permanecer na legenda.

Ele não cravou que mudaria de partido, mas admitiu o desconforto. O deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) já é tratado como ministro, mas ainda sem pasta definida.

“É uma situação delicada para mim. Vai ficar complicado”, afirmou Mourão, confirmando que já foi procurado pelo partido Novo, que tem hoje um único senador, Eduardo Girão.

Sobre as declarações do governador Romeu Zema, do Novo, acerca da intenção de criar um consórcio com estados das regiões Sul e Sudeste, Mourão disse que “Zema acertou no objeto, mas errou na forma e na maneira com que se manifestou”.

Ele disse que pretende cumprir os 8 anos de mandato como senador, mas, questionado sobre possibilidade de se candidatar ao governo do Rio Grande do Sul em 2026, respondeu que “pode ser que surja isso aí”.

O ex-vice-presidente da República também comentou a tramitação da reforma tributária (“A bola veio meio quadrada da Câmara”) e defendeu a exploração da bacia da Foz do Amazonas, tema polêmico no governo Lula. Acerca da organização da oposição no Senado, Mourão disse que o número de senadores “não é suficiente para vencer determinadas pautas”.

Sobre os ataques do dia 8 de janeiro, ele disse discordar da interpretação de que tenha sido uma tentativa de golpe de Estado. “Foi uma baderna. Golpe de Estado tem que ter Forças Armadas, tem que matar gente, prender gente”. Para ele, falar em golpe de Estado “é uma ilusão total”.

Ele também revelou que não tem falado com o ex-presidente Jair Bolsonaro, com quem, aliás, nunca teve uma relação muito harmoniosa. “Nós não temos nos comunicado”. Sobre o futuro de Bolsonaro, Mourão disse que o ex-presidente “sofre uma perseguição implacável” e “tudo pode acontecer daqui para frente”. “Ele pode voltar ao jogo político até antes de 2026”, acredita o ex-vice.

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