BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Presidente da CPI do 8 de janeiro, o deputado Arthur Maia (União Brasil-BA) disse nesta terça-feira (15) que não deve inserir nas apurações da comissão as suspeitas de desvio de joias entregues por autoridades estrangeiras ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Não consigo enxergar nenhum nexo de causalidade nem de relação com o que aconteceu no dia 8 de janeiro e com um presente que eventualmente, não estou dizendo que isso aconteceu, o presidente teria recebido, e que ao invés de declarar, tomou como pessoal”, disse o presidente da CPI.
Maia descartou avaliar o caso das joias após o deputado Duarte Junior (PSB-MA) sugerir que a comissão se debruçasse sobre o tema, Ele também pediu quebra de dados telemático e fiscal do ex-presidente.
“Não vou entrar nisso, isso não tem nada a ver com o 8 de janeiro”, disse Maia. O deputado afirmou que outra CPI poderia tratar do tema, desde que haja assinaturas suficientes para abrir esta comissão.
Duarte Junior argumentou que a CPI deveria avaliar, entre outros pontos, se a venda das joias teria como objetivo financiar atos antidemocráticos.
A Polícia Federal realizou uma operação na última sexta-feira (11) para apurar suposto esquema de desvio ao acervo privado de Bolsonaro de joias entregues por autoridades estrangeiras, além da tentativa de venda dos itens de luxo.
Para os investigadores, mensagens de auxiliares de Bolsonaro mostram que havia um esquema para viabilizar o enriquecimento ilícito do ex-presidente.
Antes do depoimento, parte dos membros da CPI afirmou que o Ministério da Justiça e Segurança Pública não entregou todas as imagens registradas por câmeras de segurança da pasta no dia 8 de janeiro.
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) pediu que fosse feita uma busca e apreensão no ministério comandado por Flávio Dino (PSB-MA).
O presidente da CPI descartou a possibilidade de acionar a polícia para buscar as imagens. “Não sou homem de bravatas, de dizer que vou mandar Polícia do Senado para cumprir mandato de ordem de busca e apreensão”, disse Arthur Maia.
O deputado disse que questionou o STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o alcance de uma decisão dada pelo ministro Alexandre de Moraes para a entrega das imagens do Ministério da Justiça. “O pedido da CPMI foi muito além daquilo que foi enviado”, disse o presidente da CPI.
MATEUS VARGAS / Folhapress