Policial federal é baleado na cabeça durante operação de busca em Guarujá

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um delegado da Polícia Federal foi atingido por um tiro na cabeça na manhã desta terça-feira (15) em Guarujá, no litoral paulista. Inicialmente, foi informado que a vítima, o delegado Thiago Selling, havia sido atingido por um tiro de raspão.

No fim da tarde, o SINPF-SP (Sindicato dos Policiais Federais em São Paulo) disse ter sido informado pelo pelo Hospital Santo Amaro que o estado do policial é grave.

Segundo a corporação, o policial cumpria mandado de busca e apreensão quando foi atingido. Ele foi socorrido em uma viatura da própria PF e levado a um hospital da cidade.

De acordo com o boletim de ocorrência preliminar, os agentes da PF foram recebidos a tiros na avenida Tancredo Neves, no bairro Cachoeira, durante uma operação.

Dois suspeitos foram presos com uma submetralhadora, uma pistola, dinheiro e drogas, ainda segundo a PF.

Os dois serão levados à Delegacia de Polícia Federal em Santos, onde serão autuados por tentativa de homicídio, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.

As informações sobre qual operação a PF fazia em Guarujá só serão divulgadas após a finalização, afirmou a corporação.

Em nota, o SINPF-SP repudiou o ataque ao delegado, que segundo o órgão, tem 40 anos e iniciou a carreira como escrivão.

“O SINPF-SP condena veemente o ato criminoso que atentou contra a vida do policial em serviço e afirma que tem como missão estar ao lado de quem sai de sua casa para trabalhar, restabelecer a ordem e garantir a segurança da sociedade. Como legítimo representante de classe, o sindicato espera que as autoridades apoiem a investigação do caso, para que os responsáveis por esta tragédia sejam punidos com o rigor da lei”, traz trecho da nota.

“É intolerável que o crime organizado, balizado e patrocinado pelo tráfico internacional de drogas, continue ocupando espaço na Baixada Santista e tirando vidas de inocentes e de policiais, sejam civis, militares ou federais. Mais do que nunca, é necessária intervenção na região, com a ação efetiva dos três poderes (União, Estado e Município) contra facções e seus membros. Quanto ao policial baleado covardemente no ofício da atividade laboral, o SINPF-SP continua acompanhando sua evolução clínica e está à disposição de sua família”, finaliza.

Guarujá sofre com a escalada da violência desde o dia 27 de julho, após o assassinato do soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) Patrick Bastos Reis, baleado durante um patrulhamento. O episódio desencadeou a operação Escudo pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), que resultou na morte de 16 pessoas.

Três homens se tornaram réus sob acusação do assassinato.

O objetivo da operação, segundo o governo é sufocar o tráfico de drogas e desarticular o crime organizado na Baixada Santista. Porém, do total de casos a que a Defensoria Pública teve acesso, segundo documento do Núcleo de Situação Carcerária da Defensoria, 78 prisões em flagrante (ou seja, mais de 72% delas) referem-se a supostos delitos sem violência ou grave ameaça.

Na lista de presos por esses supostos delitos sem violência estão acusados de furtos de bicicleta, fio elétrico, três frascos de perfumes e uma caixa de paleta de sombras, duas camisetas avaliadas em R$ 40 cada uma, dois cremes avaliados em R$ 51,99 cada um, calha e rádio de veículo abandonado

Também há casos de pessoas presas por furtos cujos processos já foram arquivados.

“Trata-se de análise preliminar que será complementada e aprofundada a partir da obtenção de demais dados que têm sido buscados diariamente pela Defensoria Pública de São Paulo”, diz o órgão no documento.

Em suas redes sociais, na quarta-feira (9), o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que 313 pessoas foram presas na operação, sendo que 113 eram procuradas pela Justiça, e 15 adolescentes, apreendidos.

O titular da pasta escreveu que a polícia também apreendeu 44 armas e 790 quilos de drogas.

FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress

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