Desde a última sexta-feira (18) a agência de viagens 123milhas suspendeu as emissões de passagens e pacotes da linha promocional. Segundo a plataforma, serão canceladas viagens contratadas na linha “Promo”, de datas flexíveis e com embarques previstos de setembro a dezembro de 2023. A medida afeta diversas pessoas, que estavam com as viagens marcadas há tempo.
A 123milhas afirmou que as passagens promocionais já não estavam mais sendo oferecidas desde a última quarta-feira (16).
Um dos clientes lesado pela empresa foi o psicoterapeuta, Thiago Guimarães. Ele havia comprado duas passagens com destino a Portugal em fevereiro, uma para ele e outra para sua mãe, que iria pela primeira vez a uma viagem internacional. Ele conta que acabou te pagar o boleto no começo de agosto, estava tudo planejado para embarcar em setembro, até que recebeu um e-mail no último sábado (19) dizendo que a viagem havia sido cancelada.
Além das passagens, ele teve outros custos, como a reserva de hotéis, compra de ingressos para atrações turísticas e voos internos. O prejuízo de Thiago saiu mais de dois mil reais.
Ele entrou em contato com a 123milhas e eles disseram que dariam um voucher para uma outra viagem.
Ana Luíza Braga, advogada de Direito do Consumidor, explica que neste caso, o consumidor tem o direito de escolher entre três opções de ressarcimento:
- Pode exigir que a 123milhas disponibilize o pacote de viagem nos termos que foram contratados.
- Aceitar o voucher disponibilizado pela empresa e pedir para a 123milhas arcar com os prejuízos gerados em razão dos cancelamentos.
- Solicitar a devolução em dinheiro.
O Procon-SP e a Secretaria Nacional do Consumidor notificaram a empresa, que tem até dias para dar explicações pela suspensão das passagens.
A 123milhas terá que criar um novo canal de atendimento para esclarecer as dúvidas dos consumidores sobre a suspensão dos pacotes flexíveis.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, recomendou aos clientes afetados pela suspensão da emissão de passagens pela agência de viagens 123milhas que ingressem com ações na Justiça. Já o Ministério do Turismo bloqueou o acesso da companhia a linhas de crédito em bancos públicos. A pasta afirma também que está reavaliando esse modelo de negócios.
Segundo a 123milhas, o valor elevado dos juros e a alta demanda por passagens aéreas afetaram a empresa. “A decisão se deve pela] persistência de fatores econômicos e de mercado adversos, relacionados principalmente à pressão da demanda e ao preço das tarifas aéreas”, pontuou a empresa.
A empresa também comunicou que os clientes serão ressarcidos pelas compras dos produtos cancelados.
