Jair Renan está surpreso, mas tranquilo, diz advogado do filho 04 de Bolsonaro

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A defesa de Jair Renan afirmou que o filho 04 de Jair Bolsonaro está “surpreso” com a operação da Polícia Civil do Distrito Federal deflagrada nesta quinta-feira (24).

Em nota, o advogado Admar Gonzaga disse que, apesar disso, seu cliente está “absolutamente tranquilo com o ocorrido”.

A investigação mira um grupo suspeito de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Os policiais cumpriram dois mandados de busca contra Renan, um em Balneário Camboriú (SC), onde ele mora atualmente, e outro em Brasília.

O criminalista afirmou que foi recém-constituído como representante de Jair Renan e que, por isso, ainda não obteve acesso aos autos da investigação ou informações sobre os fundamentos da decisão judicial que autorizou as buscas contra o filho do ex-presidente.

Ele disse ainda que não houve condução de Jair Renan para depoimento ou qualquer outra medida.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) defendeu o irmão Jair Renan e disse ver perseguição contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Uma pessoa que não tem onde cair morta e está sendo investigada por lavagem de dinheiro. Não faz muito sentido isso, né? Eu espero que este critério seja usado para todos. Tem investigadores procurando pelo em ovo, mesmo sem ter nada, independente do sobrenome. Tomara que isso vire uma praxe agora. Ao que parece, é mais uma vez uma desenfreada em cima de Bolsonaro e todo seu entorno”, afirmou.

“Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Distrito Federal e em Santa Catarina. No Distrito Federal as ordens foram cumpridas em Águas Claras e no Sudoeste, em desfavor do alvo principal e dois comparsas”, afirmou, em nota, a Polícia Civil do DF.

Um dos “comparsas” seria Jair Renan, segundo as investigações. Foram apreendidos nos endereços vinculados a ele um celular, um HD e alguns papéis com anotações.

A polícia prendeu o mentor do esquema e tenta capturar um segundo envolvido, que teve decretada sua prisão, mas que se encontra foragido. Essa segunda pessoa, conforme a corporação distrital, é também procurada por crime de homicídio ocorrido no Distrito Federal.

O inquérito apontou a “existência de uma associação criminosa cuja estratégia para obter indevida vantagem econômica passa pela inserção de um terceiro, ‘testa de ferro’ ou ‘laranja’, para se ocultar o verdadeiro proprietário das empresas de fachada ou empresas ‘fantasmas’, utilizadas pelo alvo principal e seus comparsas”, diz o comunicado da polícia.

O caso está a cargo da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária, da área de combate à corrupção e ao crime organizado da Polícia Civil do DF. A operação foi batizada de Nexum.

Os nomes do presidente e dos filhos já foram ligados a casos sobre funcionários fantasmas, evolução patrimonial suspeita, vínculo com miliciano e caixa dois eleitoral. Em alguns casos, a família é diretamente investigada, em outros, teve o nome mencionado em depoimento ou manteve algum vínculo indireto com os envolvidos.

Bolsonaro foi recentemente condenado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por mentiras e ataques ao sistema eleitoral, ficando assim inelegível pelos próximos oito anos, e ainda enfrenta uma série de ações na Justiça, como nas joias e sob a suspeita de responsabilidade nos ataques de 8 de janeiro.

Redação / Folhapress

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