BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) usou a sua transmissão semanal na internet para alfinetar os governadores oposicionistas de São Paulo e de Minas Gerais, respectivamente Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Romeu Zema (Novo), sobre recursos do Novo PAC para seus estados.
Lula cobrou a presença de Tarcísio em evento que realizará em São Paulo, para lançar projeto que vai contar com recursos do governo federal.
As declarações do presidente aconteceram durante o Conversas com o Presidente, na manhã desta terça-feira (29). Lula havia sido questionado pelo apresentador do programa sobre as suas próximas viagens.
“Eu quero ver se na outra semana eu consigo ir a Minas Gerais e a São Paulo, para discutir os investimentos do estado de São Paulo. Vamos tentar fazer um ato, vamos tentar a participação do governo do estado. Se [Tarcísio] quiser participar, se não quiser participar, a gente fará o ato do mesmo jeito”, afirmou.
“Mas, como nós somos civilizados, nós vamos fazer e convocar o governador, porque é importante ele estar, porque os compromissos que nós vamos assumir é com ele também. Se vamos emprestar dinheiro do governo federal, do BNDES, para fazer a ferrovia Campinas-São Paulo, nós queremos que o governador esteja presente, afinal de contas é o estado de São Paulo que vai fazer”, completou.
Governadores estaduais puderam indicar até três projetos prioritários para serem incluídos no Novo PAC. O programa foi lançado na primeira quinzena de agosto, em um grande evento no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
A maior parte dos governadores estiveram presentes. Algumas das ausências foram justamente Tarcísio e Zema. O primeiro anunciou com antecedência que não participaria e que enviaria em seu lugar o vice Felício Ramuth.
Zema, por sua vez, não se manifestou em nenhum momento sobre o convite.
Ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio de Freitas passou nos últimos dias a marcar sua posição como oposição ao governo federal. No momento em que seu partido negocia a entrada no governo Lula, ele já anunciou que pode deixar a legenda se isso acontecer.
Na noite de segunda (28), Zema participou de evento na Assembleia Legislativa que homenageou Bolsonaro, que virou cidadão honorário do estado. O governador mineiro aproveitou para afagar o ex-presidente.
Disse que, no governo passado, as portas dos ministérios “estavam abertas” e citou recursos para obras do metrô em Belo Horizonte. “Esses foram alguns dos motivos que o levaram a receber o título hoje”, afirmou. Acrescentou: “Éramos ouvidos com atenção de quem quer de fato alcançar soluções”.
RENATO MACHADO / Folhapress