SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Uma mãe de santo do candomblé relatou nas redes sociais ter sido atacada com pedras durante um ritual no dia 13 de agosto, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, por dois homens.
A vítima disse que realizava um ritual na mata junto a outras duas filhas de santo quando a agressão ocorreu. As mulheres estavam na mata da região da Colônia Juliano Moreira quando foram surpreendidas por dois rapazes aparentemente jovens;
As pedras foram lançadas contra as três mulheres aos gritos de “macumbeiros miseráveis” e “morram, macumbeiros”, contou Solange de Arruda Machado, conhecida como Doné Solange de Ogum.
“O tamanho das pedras jogadas eram imensas e poderia ter ocorrido um homicídio tranquilamente”, afirmou Solange em um vídeo nas redes. Segundo ela, nenhuma das três ficou ferida.
“Me senti violentada, agredida, realmente, no sentido da palavra. Era aquela coisa de raiva da religião. Raiva, ódio da religião”, disse Doné Solange de Ogum.
A vítima registrou ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância do Rio de Janeiro no dia 23 de agosto, após ser aconselhada a formalizar a denúncia.
Mãe de santo quer mobilizar mais lutas contra intolerância religiosa. “Tô levando isso para outro lado, de ser uma pessoa escolhida para levar essa luta. Eu fui uma pessoa escolhida para entrar mais firme nessa luta contra a intolerância religiosa”, declarou Solange.
MÃE BERNADETE É EXECUTADA NA BAHIA
A líder quilombola e ialorixá Maria Bernadete foi vítima de três tiros de arma de fogo no Quilombo Pitanga dos Palmares no dia 17 de agosto. Criminosos teriam invadido o terreiro da comunidade, feito familiares reféns e a executado.
Ela é mãe de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, mais conhecido como Binho do Quilombo, assassinado há quase seis anos, no dia 19 de setembro de 2017.
Governo federal quer acompanhar investigações. O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania enviou uma equipe ao estado para investigar a morte da líder quilombola. A Polícia Federal informou que vai apurar o caso. Segundo a PF, a investigação ficará sob sigilo.
Redação / Folhapress