Reportagem especial aborda histórico da Cracolândia

Com 30 anos de existência, a cracolândia é um grupo de pessoas formado, em grande maioria, por dependentes químicos e traficantes. Ela está localizada na região central da cidade de São Paulo e é palco de debates que envolvem saúde pública, habitação e violência. Para entender suas origens, é preciso voltar algumas décadas.

A concentração de usuários de drogas no centro histórico de São Paulo começou no início dos anos de de 1990. Na época, a região já vivia uma situação de abandono devido à mudança da elite paulistana para outras áreas, como a zona sul, por exemplo, que passou a ser considerado o centro financeiro da cidade. 

O fechamento da rodoviária da Luz também contribuiu para esse cenário, como explica Aluízio Marino, coordenador do Laboratório Espaço Público e Direito a Cidade da FAUUSP.

O especialista conta que “o fechamento da rodoviária gera uma grande falência dos hotéis da região. E toda essa massa de hotéis falidos passam a ser ocupados também por outros usos, inclusive usos ilegais. A chegada de crack no Brasil, tem um território propício, muitos hotéis falidos, uma possibilidade de cenas de uso dentro desses hotéis e é assim que começa as primeiras cenas de uso de crack na cidade de São Paulo.”

Onde antes viviam moradores de rua, passou a ser refúgio de usuários de drogas. Por ser uma droga barata e de efeito muito potente, o crack se espalhou rapidamente.

A primeira apreensão de crack em São Paulo foi noticiada no dia 22 de junho de 1990. Na ocasião, a Polícia Militar prendeu um rapaz na zona leste com 220 gramas da droga. Agora, já são quase 30 anos do fluxo na cidade.

Neste contexto, o centro histórico era um lugar oportuno, pois o dependente compra a droga com facilidade e consome ali mesmo.

A primeira apreensão de crack em São Paulo foi noticiada no dia 22 de junho de 1990. Na ocasião, a Polícia Militar prendeu um rapaz na zona leste com 220 gramas da droga.

Em 2016, a cracolândia chegou a registrar mais de 4 mil pessoas durante o dia, segundo dados da Secretaria Executiva de Projetos Estratégicos da prefeitura de São Paulo. A pasta também diz que atualmente a concentração de dependentes químicos está entre 400 e 500 pessoas  

A ação de assistência social é cada vez mais difícil pois a população não se fixa em um ponto específico, de acordo com Aluízio Marino: “Isso é bem complexo, pois acaba dificultando demais a atuação dos serviços de saúde e assistência, porque quando essas pessoas não se fixam em um ponto para estabelecer vínculo, diálogo e a possibilidade de superar a situação fica ainda mais difícil. Elas vêm mudando de lugar diariamente. Nessa região também tem a economia do lixo rico que mantém muito a cracolândia, a partir da lógica da reciclagem. “

Confira a reportagem completa da repórter Ana Luiza Bessa.

(Alexandre Rezende/Folhapress AGO-CIDADES)

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