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Ócio Criativo

Adelmo Pinho
Adelmo Pinho
Adelmo Pinho escreve a coluna Reflexão no TH+ Araçatuba. É articulista, cronista e membro da Academia de Letras de Penápolis e da Academia Araçatubense de Letras. Foi Procurador do Estado de São Paulo e está como Promotor de Justiça desde 1995.

Ócio significa falta de ocupação, folga ou repouso. Pelo senso comum, ocioso é alguém vagabundo, que não trabalha … O personagem “Jeca Tatu” de Monteiro Lobato tinha esse perfil de vagabundagem, do tipo que “gosta de barranco, só para ficar encostado”. A palavra “ócio” tem origem no grego arcaico, scholé, que no latim, significa escola. Será, porém, que o ócio pode ser produtivo de alguma maneira ou isso é uma total contradição?

A ideia do ócio criativo foi proposta pelo sociólogo italiano Domenico De Masi na década de 90. No seu livro, ele sustenta que o ócio criativo é uma maneira de conciliar o trabalho e a qualidade de vida. Segundo Domenico: “existe um ócio alienante, que nos faz sentir vazios e inúteis. Mas, também um outro ócio, que nos faz sentir livres e é necessário à produção de ideias, assim como as ideias são necessárias ao desenvolvimento da sociedade”.

Lembram do estudo sobre a descoberta da lei de gravidade, com alusão a Isaac Newton, quando a maçã cai na cabeça da pessoa sob a árvore? Verdade ou não, essa situação retrata o surgimento de uma ideia genial num momento de descanso ou de reflexão. Dificilmente surgem boas ideias ou projetos num ambiente de pressão no trabalho. A siesta dos europeus – descansar no horário do almoço – é um bom exemplo de ócio produtivo.

Ser humano não é máquina que não desliga: o repouso é necessário e produtivo. O fenômeno da tacocracia, ao contrário, é a adoção do ritmo de vida acelerado, gerador de doenças da mente. É a ditadura da velocidade. Penso que nem precisamos ser “Jeca Tatu” e nem trabalhar até a exaustão para cumprir metas ou ganhar mais dinheiro. A vida passa rápido … Trabalhar é bom e necessário, mas, aproveitar a vida, também.

Como poetizou Mário Quintana: “De repente tudo vai ficando tão simples que assusta. A gente vai perdendo as necessidades, vai reduzindo a bagagem. As opiniões dos outros, são realmente dos outros, e mesmo que sejam sobre nós; não tem importância. Vamos abrindo mão das certezas, pois já não temos certeza de nada. E, isso não faz a menor falta. Paramos de julgar, pois já não existe certo e errado e sim a vida que cada um escolheu experimentar. Por fim entendemos que tudo que importa é ter paz e sossego, é viver sem medo, é fazer o que alegra o coração no momento. E só.”

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