O uso indiscriminado e sem a assistência técnica adequada do defensivo agrícola finopril tem provocado a morte de milhões de abelhas em vários estados brasileiros, comprometendo tanto a apicultura e a meliponicultora, como as lavouras.
“A ação polinizadora das abelhas é responsável por 34% da produção de alimentos no mundo”, disse ao Nova Manhã o presidente da Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina, Ivanir Cella.
O finopril é um defensivo agrícola que combate pragas como formigas, cupins, o bicudo do algodão, a larva-alfinete no milho, e a lagarta-elasmo, na soja. Porém, a pulverização do produto por avião ou trator, feita na fase de floração, faz com que as abelhas se contaminem, levem o veneno para as colmeias e infectem todo o enxame. A União Europeia já baniu o uso do finopril.
No Brasil, alguns estados começaram a criar regras para restringir o produto. Santa Catarina, por exemplo, proibiu a pulverização, aumentou a fiscalização e intensificou o treinamento de cooperativas e produtores. Com isso, conseguiu reduzir as mortes de abelhas em 70%. “Todo agrotóxico tem seu grau de letalidade. Mas, via de regra, os maiores problemas surgem do mau uso do produto”, afirmou Cella.