O governo brasileiro avalia neste domingo (8) um plano de repatriação de cidadãos do país que estão em Israel e na Palestina, após os ataques iniciados no sábado (7) pelo grupo extremista Hamas.
A FAB (Força Aérea Brasileira) tem quatro aviões à disposição do governo Lula (PT) para o resgate. Os planos de voo já foram acertados e serão apresentados pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, em reunião.
Participam da reunião a ministra interina das Relações Exteriores, embaixadora Maria Laura da Rocha, o assessor especial da Presidência Celso Amorim e o próprio Múcio.
A reunião foi convocada no sábado (7). Múcio e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Damasceno, estavam em voo rumo à Suécia, com escala em Cabo Verde, para uma série de reuniões sobre os caças Gripen.
O ministro recebeu uma ligação do Palácio do Planalto com a convocação da reunião, e o avião deu meia-volta já sobrevoando território africano para voltar a Brasília.
Segundo o Itamaraty, um brasileiro foi ferido durante os ataques em Israel. Ele recebe tratamento hospitalar no país. O governo brasileiro não sabe o paradeiro de outros dos brasileiros.
Um dia após Israel sofrer o pior ataque em 50 anos e revidar com bombardeios na Faixa de Gaza, o número de mortos nos dois lados passou de 900 neste domingo (8), de acordo com autoridades. Novas explosões foram registradas, e o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, anunciou a retirada de milhares de pessoas que moram próximas do território controlado pelo grupo extremista Hamas.
Cerca de mil combatentes do Hamas, facção que controla a Faixa de Gaza, se infiltraram por terra, mar e ar em solo vizinho no sábado (7). A ação, sem precedentes, foi acompanhada dos disparos de milhares de mísseis contra Israel. Neste domingo, após Netanyahu declarar guerra, o conflito alastrou-se: militares israelenses relataram que mais morteiros foram disparados do Líbano contra o norte do país.
O grupo armado Hizbullah assumiu a autoria dos ataques e manifestou “solidariedade” ao povo palestino. A ação teve como alvo três postos militares nas Fazendas Shebaa, uma fatia de terra ocupada por Israel desde 1967 que o Líbano reivindica como sua.
CÉZAR FEITOZA / Folhapress