Em entrevista à Novabrasil FM, o secretário-executivo do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Cappelli, anunciou que até o fim de 2023 a pasta vai publicar o “regramento nacional” para a instalação de câmeras em uniformes policiais.
“Tenho a convicção de que, em breve, todas as polícias vão estar usando câmeras: isso protege o bom policial e cria condições de a sociedade acompanhar e controlar a atividade do agente de segurança”, afirmou, comentando ter conseguido quebrar resistências quanto ao tema.
Recentemente, Cappelli foi criticado por ter dito que “crime organizado não se combate com rosas”. Ele comentou esse episódio na entrevista. “Vivemos uma polarização muito forte que às vezes contamina o debate público. O pior caminho que pode existir na segurança pública é a politização, a ideologização, a partidarização. Segurança pública requer firmeza e equilíbrio”.
O secretário acrescentou que “ninguém deseja a letalidade policial” e “isso tudo tem que ser visto com equilíbrio”, mas quis reafirmar que “temos que trabalhar com uso proporcional das forças”. Ele acrescentou que segurança pública “não tem bala de prata”.
Cappelli defendeu a consolidação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) para enfrentar o crime organizado no Brasil. O Susp foi instituído pela Lei 13.675, sancionada em 11 de junho de 2018.
“Para um crime cada vez mais organizado, é fundamental que o Estado esteja também integrado, atuando com tecnologia e baseado em dados e em evidências. Não é um condicionante, mas eu diria que o Susp é fundamental para garantir a eficiência do enfrentamento do crime organizado”, disse.
Cappelli falou em “ampla campanha” em favor da consolidação do Susp. O secretário afirmou, ainda, que a mobilização contra o crime deve incluir a participação e o esforço de outros setores da sociedade, incluindo empresas que atuam em portos do país.
Ao citar alinhamento com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Cappelli reforçou a necessidade de “asfixiar financeiramente” o crime organizado.
Sobre a possibilidade de virar ministro no lugar de Flávio Dino, que pode ocupar uma vaga no STF, Cappelli respondeu que “esse assunto não está na pauta no momento”.