CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – Uma das maneiras de enfrentar a onda de calor extremo dos últimos dias é recorrer a equipamentos que refrescam o ambiente. Ar-condicionados e climatizadores são opções para manter a temperatura amena, mas têm funções, potências e preços diferentes.
Enquanto o primeiro é eficaz em retirar calor de grandes espaços, o segundo utiliza água para refrescar e ventilar o cômodo e tem preço mais acessível. Ambos servem como alternativa ao ventilador, que apenas movimenta o ar.
“Ele ajuda a remover o calor da superfície de nossos corpos, mas efetivamente não resfria o ambiente”, afirma René Teixeira, doutor em Engenharia Elétrica e coordenador na FMU (Faculdade Metropolitana Unidas).
Confira os prós e contras dos equipamentos que estão em falta nas prateleiras de mercados durante os dias mais abafados no país.
AR-CONDICIONADO
Indicado para reduzir a temperatura em ambientes com pouca ventilação, o ar-condicionado funciona circulando um líquido refrigerante dentro de seu sistema. A expansão e contração deste líquido retira calor do ambiente.
É a opção mais cara e com maior gasto de energia, ainda assim, é o único que efetivamente resfria e baixa a temperatura do ambiente. Os mais utilizados são do tipo split, com uma parte dentro e outra fora da casa, tendo a vantagem de não ser tão barulhento. Há também os portáteis, com eficiência menor e consumo maior.
São oferecidos em versões 220v e 127v. “Devido à alta demanda energética, utilizam plugues com pinos mais grossos, para 20 amperes. Não se deve usar adaptadores para pinos mais finos, pois certamente haverá um acidente”, diz Teixeira.
O ar-condicionado ajuda na filtragem do ar, mas precisa estar limpo e com manutenção regular. Caso contrário, pode trazer danos ao sistema respiratório.
CLIMATIZADOR
O aparelho funciona como um ventilador, com hélices que fazem o ar circular, mas tem componentes extras, que ajudam a umidificar o ambiente e reduzir a sensação térmica. Ele vem com um aspersor (borrifador) de água e com osciladores ultrassônicos, responsáveis por soltar uma névoa.
O climatizador tem preço mais em conta e melhora a qualidade do ar, deixando-o mais úmido. Funciona melhor em condições de tempo seco. “Nestas situações e em sistemas mais potentes, podemos reduzir a temperatura em até 10°C”, afirma o engenheiro.
Para maior efeito umidificador, prefira as janelas fechadas. Com as janelas abertas, a troca de calor e de umidade com o ambiente externo aumenta, e ele pode ser menos eficiente. “Ele pode ser bastante agradável para um uso mais direcionado.”
VENTILADOR
Opção mais comum e barata, o ventilador funciona com um motor elétrico conectado a hélices. Ele circular o ar, mas não baixa a temperatura.
De teto ou de superfície, com modelos sem hélices estes com preço alto e eficiência menor os ventiladores consomem de 55 a 150 watts de energia por hora. Quanto maior a potência, maior a quantidade de ar circulando no ambiente. Contudo, o preço na conta de energia será maior.
Para ambientes amplos, a melhor opção são os de teto. Já para direcionar o ar para um local específico, como uma mesa, os de superfícies são mais indicados.
“Alguns possuem inclusive um aspersor de água, que ajuda a melhorar a sensação térmica do ambiente, o que os aproxima de um climatizador”, diz Teixeira.
No momento de escolher o aparelho, é preciso avaliar o impacto no sistema respiratório. Para que a troca gasosa no pulmão seja adequada, o ar tem que estar na temperatura corporal, que é de 36°C.
“Esse calor todo é adquirido no trajeto entre o nariz e os alvéolos pulmonares. Nesse caminho, existem mecanismos para adequar a temperatura do ar, sua umidade e filtragem de impurezas”, diz o médico Rodrigo Pereira, vice-presidente da Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica.
Mudanças bruscas ou uma refrigeração extrema ressecam o ambiente e exigem mais do sistema respiratório, piorando casos de rinite e asma.
Ar-condicionado é o que mais resseca, deixando o clima frio e seco. Para evitar o problema, não deixe o aparelho chegar aos extremos de temperatura. “Em um calor de 35°C não vá colocar o ar-condicionado a 17°C, mas a 23°C”, orienta Pereira.
Ventiladores são os que causam menos impacto, avalia o otorrino, pois apenas refrescam levemente o ar. Climatizadores geram menos ressecamento, mas é preciso cuidado com aqueles que pedem água ou gelo, pois se estiverem contaminados podem transmitir agentes nocivos ao ambiente.
MAUREN LUC / Folhapress