Não existe nada melhor do que ficar de férias. Sem hora para acordar ou para fazer as tarefas corriqueiras. Você pega o celular e começa a ver vídeos e posts para passar o tempo. Alguns agradam mais do que outros. Em dado momento, a decisão tomada é de rever alguns vídeos eleitos como engraçados. Você assiste uma, duas, três vezes… Até que uma hora você cansa. Aquilo não significa mais nada. Pior: gera enfado. Tédio. Guardada as devidas proporções, o torcedor da Ponte Preta tem todo o direito de sentir tal sentimento nesta semana.
O circulo é vicioso. O presidente do clube, Marco Antonio Eberlin, reclama das condições financeiras do clube, o salário é atrasado, o desempenho cai no gramado, parte do rendimento é pago, mas o estrago está feito. A ameaça de cair de divisão é real. Aí, o dirigente quer que esqueçam o ranço que o torcedor possui em relação a ele e invada o Majestoso para empurrar o time em busca de um final feliz.
Tudo que preceder o jogo com o CRB terá tal enredo como pano de fundo. Se o time for vitorioso, apesar da reprise, o dirigente vai estufar o peito e dizer que comandou um feito memorável enquanto que a derrota produzirá choro por parte do torcedor e a realidade de que não terá o mesmo dinheiro de antigamente.
Ah! Sem contar que as administrações anteriores serão consideradas culpadas por tudo de ruim que aconteceu.
Todas as semanas, recebo defesas enfáticas em relação ao presidente Marco Antonio Eberlin. Mas o foco da discussão não é condenar ou inocentar uma pessoa. É a conduta dela no principal produto do clube, que é o futebol. Escolhas feitas que desembocaram em uma equipe limitada. Esse é o ponto. O torcedor pontepretano queria que fosse feito muito com pouco. E não foi. A gestão é decepcionante. Transferban, bloqueio de contas, penhora de estádio… Tudo isso não tira o foco do principal: a Ponte Preta está em um circulo vicioso.
Uma vitória contra o CRB e a permanência na Série B não vai tirar o gosto agridoce na boca do torcedor pontepretano, que está cansado da mesma história e de um desfecho que não tem graça alguma.