PIB dos serviços e da indústria crescem no terceiro trimestre, e agropecuária recua

RIO DE JANEIRO, RJ, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O setor de serviços no Brasil cresceu 0,6% no terceiro trimestre de 2023 ante o segundo, indicam dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados nesta terça-feira (5) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Na mesma base de comparação, a indústria também teve alta de 0,6%, enquanto a agropecuária registrou queda de 3,3%.

O setor de serviços é o maior empregador do país e o principal componente do PIB pela ótica da oferta, com peso de cerca de 70% no indicador.

Segundo o IBGE, dentro dos serviços, houve variação positiva em atividades financeiras (1,3%), imobiliárias (1,3%), informação e comunicação (1,0%), outras atividades de serviços (0,5%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,4%) e comércio (0,3%). Por outro lado, a atividade de transporte, armazenagem e correio recuou 0,9%.

“Essa queda vem após oito trimestres de altas e é relacionada ao transporte de passageiros”, diz a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Nas atividades industriais, houve variações positivas das indústrias extrativas (0,1%) e das indústrias de transformação (0,1%). Já a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos cresceu 3,6%, puxando o resultado do setor, e a construção recuou 3,8%.

Na comparação com o mesmo período de 2022, a agropecuária cresceu 8,8%, principalmente com o desempenho de alguns produtos da lavoura que possuem safra relevante no terceiro trimestre, como milho, cana-de-açúcar, algodão e café, segundo o IBGE.

A indústria registrou alta de 1,0%. Novamente o melhor resultado veio de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (7,3%).

“Está sendo um ano bom para o setor, sem problemas hídricos e com bandeira verde. Também foi muito quente, o que favoreceu o consumo de eletricidade e de água”, analisa Rebeca.

As indústrias extrativas também cresceram (7,2%) por conta da alta da extração de petróleo e gás, segundo o IBGE. A construção recuou (-4,5%) no período.

“Essa atividade cresceu nos dois anos anteriores, mas 2023 não está sendo um ano bom, com juros altos e queda na ocupação, na produção de insumos típicos e no comércio de material de construção”, diz Palis.

Também houve queda das Indústrias de transformação (-1,5%), cujo resultado foi influenciado, principalmente, pela retração da máquinas e equipamentos, produtos químicos, indústria automotiva e metalurgia.

Os serviços cresceram 1,8%, com destaque novamente para atividades financeiras (puxada pelo setor de seguros), imobiliárias e informação e comunicação. Essa última é a que mais cresceu (26%) desde o período pré-pandemia (último trimestre de 2019), puxado por internet e desenvolvimento de sistemas.

LEONARDO VIECELI E EDUARDO CUCOLO / Folhapress

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