Helicóptero da Guiana é encontrado e há sinais de vida, diz Exército

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O helicóptero do Exército da Guiana que havia desaparecido perto da fronteira com a Venezuela com sete pessoas a bordo na quarta-feira (6) foi encontrado nesta quinta (7) com sinais de vida dos tripulantes, segundo o departamento de informações de Georgetown.

Condições climáticas desfavoráveis impediram que a operação de resgate fosse concluída, de acordo com as Forças Armadas, mas uma nova tentativa será feita às 12h45 locais.

O momento é de alta tensão entre as Guiana e Venezuela, que disputam o território rico em petróleo de Essequibo, atualmente sob controle de Georgetown. Ainda não é possível afirmar, porém, a causa do acidente, que aconteceu em condições meteorológicas adversas, segundo o chefe das Forças Armadas da Guiana, Omar Khan.

De acordo com o militar, a aeronave perdeu contato na região em disputa, a 45 quilômetros da fronteira entre os dois países. Ele afirmou que as atuais informações não indicam o envolvimento de Caracas no caso, e acrescentou que o tempo estava ruim.

“Estamos considerando todas as possibilidades”, afirmou. “Não temos nenhuma informação que sugira a existência de algum voo de uma aeronave venezuelana naquela área.”

Segundo a imprensa local, o helicóptero Bell 402 era pilotado pelo capitão Mike Charles e levava o coronel Michael Shahoud, o brigadeiro aposentado Gary Beaton, o tenente-coronel Sean Welcome, o sargento Jason Khan, o tenente-coronel Andio Michaeal Crawford e o cabo Dwayne Jackson.

A aeronave decolou às 9h23 da base de Ayanganna para levar a equipe ao encontro de tropas no oeste da Guiana, onde a presença de militares se avolumou nos últimos dias. Duas horas depois, às 11h20, o veículo emitiu um sinal de emergência que pode ser acionado manualmente ou por um impacto, de forma automática.

A perda de contato aconteceu após uma parada para abastecimento em Olive Creek, perto do rio Mazaruni. As buscas foram interrompidas horas depois, durante a noite, por causa do tempo, e retomaram nesta quinta.

A tensão entre Guiana e Venezuela vem aumentando nos últimos dias. No domingo, um plebiscito organizado pelo regime venezuelano teve resultado favorável à anexação de Essequibo e da concessão de nacionalidade aos 125 mil habitantes da região —96% dos eleitores do país se manifestaram a favor da criação de uma província, segundo dados oficiais da ditadura.

Nesta terça (5), o ditador Nicolás Maduro deu o passo inicial para tais medidas. Além da concessão de licenças para a extração de recursos, o líder propôs uma lei que prevê a criação de uma província venezuelana no território guianense.

A disputa pela região remonta ao século 18, quando a fronteira venezuelana era estabelecida pelo rio Essequibo. Além de defender esse mapa, Caracas menciona um acordo assinado em 1966, antes da independência da Guiana, que estabelecia as bases para uma solução negociada e anulava um laudo de 1899 que fixou os limites atuais.

A Guiana, por sua vez, defende o laudo de 1899 e pede que o texto seja ratificado pela Corte Internacional de Justiça, cuja jurisdição Caracas não reconhece.

Redação / Folhapress

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