SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ocorreu nesta semana a 26ª edição das 500 Milhas de Kart, corrida de 12 horas que reúne nomes importantes do automobilismo. Realizado na última quinta-feira (21), no kartódromo da Granja Viana, na cidade paulista de Cotia, o evento reuniu pilotos da nova geração e membros da velha guarda.
Percorreram o traçado de 1.150 m Rubens Barrichello, 51, de longa trajetória na F1, e Felipe Giaffione, 48, que correu na Indy Car e é organizador da corrida. Também estiveram na pista Felipe Drugovich, 23, piloto reserva da Aston Martin na F1, e Gabriel Bortoleto, 19, atual campeão de F3.
No total, 40 karts participaram da corrida de longa duração. Há um revezamento nos veículos e um espírito competitivo, apesar do tom festivo do evento. “É uma confraternização, mas ninguém leva barato. Todo o mundo quer ganhar”, disse Barrichello à Folha de S.Paulo.
Barrichello é quem mais venceu edições das 500 Milhas de Kart, com um saldo de 11 vitórias. Ele competiu na primeira edição, em 1997, dividindo kart com Christian Fittipaldi, Tony Kanaan e Cristiano da Matta. Apesar dos esforços do quarteto, quem venceu foi Felipe Massa, que à época ainda dava seus primeiros passos no esporte a motor.
Com a derrota, Rubinho e os amigos se comprometeram a se programar melhor para a edição seguinte, com vitória em 1998. Desde então, Barrichello é presença garantida no grid.
O divertimento hoje envolve a família. Neste ano, Barrichello dividiu o kart com seus filhos, Eduardo e Fernando, e com seu sobrinho, Felipe Barrichello Bartz. Também estavam em sua equipe António Félix da Costa, português da Fórmula E, Matheus Morgatto, Gabriel Gomes e Beto Cavaleiro.
“Outro dia, eu ouvi meu filho, o Fefo, falar: ‘Meu sonho é ganhar com você as 500 Milhas’. Ele nem falou [24 Horas de] Le Mans, ele falou das 500 Milhas de Kart.”
Não foi desta vez. Quem ganhou a 26ª edição das 500 Milhas de Kart foi o kart da equipe Americanet/Car Racing/Techspeed. Ele foi comandado pelos jovens Felipe Drugovich, Gabriel Bortoleto, Enzo Bortoleto, Caio Collet, Clément Novalak e Sérgio Sette Câmara. Foi um triunfo da nova geração.
“Desde a largada, o objetivo era assumir a liderança o [quanto] antes possível. No começo, eu e o Caio [Collet] nos ajudamos para abrir uma vantagem em relação ao resto dos pilotos. A gente comandou a maioria da prova, [mesmo com] alguns probleminhas, mas deu tudo certo”, declarou um sorridente Drugovich.
A corrida, em sua extensão de 12 horas, obriga os pilotos a fazer seis paradas de seis minutos e duas paradas de 15 minutos, com permissão para trocas de pneus e motor e para reabastecimento.
O kart vencedor, de número 85, teve problemas quando Gabriel Bortoleto completava sua última sessão. Um toque com um adversário o fez ir antecipadamente aos boxes.
O atual campeão da F3 achava que estava tudo perdido, porém o trabalho dos mecânicos tornou a vitória uma possibilidade novamente. Collet, que assumiria o kart na sequência, foi pego de surpresa, mas se mostrou pronto para a missão.
“Eu estava tranquilo no box, [quando] do nada vejo o kart vindo. Os mecânicos reconstruíram o kart em cinco minutos, foi inacreditável. Eles fizeram um trabalho que nunca vi na vida. No fim, consegui fazer um stint bom, entregar [o kart] para o Drugo e terminar em primeiro”, disse Collet.
MARIA CLARA CASTRO / Folhapress