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Estudo alerta sobre riscos associados ao uso de energético para crianças e jovens

Venda de bebidas energéticas é permitida tanto no Reino Unido quanto no Brasil. Foto: Oto Zapletal/ Wikipedia Commons.

Um estudo publicado no Public Health Journal – revista internacional multidisciplinar de artigos científicos e de saúde pública – aponta que o consumo de energéticos aumenta o risco de problemas de saúde, entre eles cardíacos e psicológicos, como ansiedade e até depressão, entre crianças e jovens.

A bebida contém grandes quantidades de cafeína, o que é apontado como risco para pessoas não adultas.

Os pesquisadores constataram que o consumo da bebida é mais comum entre meninos do que meninas e vincularam o hábito a uma piora no desempenho acadêmico, problemas de sono e a hábitos de uso de substâncias, violência e sexo desprotegido.

Pesquisas anteriores também descobriram que até um terço das crianças no Reino Unido consomem bebidas energéticas cafeinadas semanalmente e que os jovens no Reino Unido eram os maiores consumidores de bebidas energéticas na Europa para sua faixa etária.

No país, é fácil encontrar anúncios de promoções de quatro energéticos por apenas £1 (equivalente a R$ 6). E conteúdo direcionado a crianças por meio em plataformas de jogos e esportes, além de conteúdo sexualizado.

Os resultados levaram pesquisadores do Centro de Pesquisa Translacional em Saúde Pública da Universidade Teesside e da Universidade de Newcastle, que conduziram a análise, a pedir a proibição da venda para menores de 16 anos, que é permitida tanto no Reino Unido, como no Brasil.

Os cientistas observaram ainda “sintomas de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, comportamentos depressivos e de pânico, doenças alérgicas, resistência à insulina, cárie dentária e desgaste dentário erosivo” em pessoas que consumem bebidas energéticas, e alertaram para a combinação com o uso de álcool, cigarro e outras drogas, no resultado da publicação.

Em entrevista ao Jornal Novabrasil na manhã desta quinta-feira (18), a Cardiologista e Membro da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica, Fernanda Mangione, explicou que os ingredientes do produto em exceção são o problema:

“A cafeína tem benefícios, mas em excesso pode gerar problemas para o coração, como arritmias, que aceleram o órgão e os batimentos cardíacos, e acarretar no aumento da pressão arterial, que em pacientes que já tenham alguma propensão, é maléfico”.

Segundo a especialista, os efeitos do uso das bebidas pode aparecer até 24 horas depois da ingestão e soma a outros hábitos pioram o quadro de riscos.

Pessoas que têm fatores de risco como diabetes, pressão alta, colesterol alto, e fumam, devem evitar o uso de energéticos”, pontuou.

Os níveis de cafeína em uma lata de bebida energética podem variar entre 80mg (equivalente a duas latas de cola ou uma caneca de café solúvel) e 200mg (equivalente a cinco latas de cola). Taurina, e inositol e glucoronolactona, que são carboidratos – um tipo de açúcar -, também compõem a bebida.

No Brasil, os energéticos são regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) na Resolução RDC nº 273, de 22 de setembro de 2005, e estabelece que a quantidade máximo de cafeína nos energéticos seja de 35 miligramas a cada 100mL de produto. Quanto à taurina, o máximo permitido são 400 miligramas a cada 100mL de produto.

Vários países tentaram regulamentar as bebidas energéticas, incluindo proibições de vendas a menores de 18 anos na Lituânia e na Letónia. Já no Reino Unido, mais de 40 organizações se juntaram aos pesquisadores do estudo para pedir a restrição da comercialização de bebidas energéticas para crianças e jovens.

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