Crime organizado virou indústria multinacional e está na política e no Judiciário, diz Lula

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) disse nesta quarta-feira (31) que o crime organizado se tornou uma indústria multinacional com entrada em diversos setores.

“Não é uma coisa fácil de combater. Virou uma indústria multinacional, maior que General Motors, Volkswagen, Petrobras, é uma coisa muito poderosa”, disse Lula.

“Está na imprensa, política, Judiciário, futebol. Eles estão em tudo quanto é lugar do planeta Terra”, afirmou ainda o presidente durante evento de despedida de Flávio Dino do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Lula disse que deseja “humanizar o combate ao pequeno crime”, enquanto o plano é “jogar muito pesado” no combate ao crime organizado.

O presidente afirmou que é preciso encontrar uma fórmula para enfrentar “a chamada indústria internacional do crime organizado”. “Essa tem navio, iate, tem tudo, tem poder em muitas decisões de muitas instâncias”, afirmou.

Ricardo Lewandowski, ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), assume o comando da pasta nesta quinta-feira (1).

Já Dino foi indicado por Lula e aprovado pelo Senado para a vaga aberta no STF com a aposentadoria de Rosa Weber. Ele exercerá o mandato de senador por poucas semanas e depois assume Supremo em 22 de fevereiro.

No mesmo evento, Lula defendeu como caminho para reduzir a criminalidade o Pé de Meia, programa federal que vai pagar bolsas e uma poupança para manter alunos pobres no ensino médio, além de um bônus para quem fizer o Enem.

“Como combater isso? Acho que a gente acreditar na formação de novo ser humano, baseado na educação, família e humanismo, não tem outro jeito”, declarou ainda o presidente da República.

“É uma coisa tão difícil que muitas vezes um país rico, como os Estados Unidos, acha que o combate às drogas será resolvido colocando base militar na Amazônia, na Colômbia. Problema não é de droga, problema é saber o como país rico vai cuidar dos seus usuários”, afirmou o petista.

RAQUEL LOPES E MATEUS VARGAS / Folhapress

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