Mourão, Damares e líder do PL criticam ação da PF contra Bolsonaro, militares ex-ministros

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O senador e ex-vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos-RS) afirmou nesta quinta-feira (8) que “inquéritos eternos” sob a “pretensa tentativa de golpe” atacam a honra a integridade de chefes militares “que dedicaram toda uma vida” ao país.

Nesta quinta, a Polícia Federal deflagrou uma operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ex-ministros e militares —incluindo os generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto— para investigar uma suposta tentativa de golpe.

“O país vive uma situação de não normalidade. Inquéritos eternos buscam ‘pelo em ovo’, atacando, sob a justificativa de uma pretensa tentativa de golpe de estado, a honra e a integridade de chefes militares que dedicaram toda uma vida ao Brasil”, escreveu o ex-vice-presidente pelas redes.

“Enquanto isso, os ladrões de colarinho branco são anistiados e a bandidagem comum aterroriza a população que vive sob o signo da total insegurança.”

Já a senadora e ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou que encarou a operação “com indignação, mas nenhuma surpresa”.

“[Recebi as informações] com indignação, mas nenhuma surpresa. A gente sabe como funciona o regime! O Brasil está vendo. Mesmo aqueles que não acreditavam quando a gente falava, hoje estão vendo como o regime atua. Que Deus tenha misericórdia do Brasil”, disse.

O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), afirmou pelas redes sociais que o “regime” instalado no país “acua, persegue, silencia e aplaca a oposição” para exterminar politicamente opositores. Um dos alvos da PF é o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

“O Regime instalado no país, a partir de um inquérito sem precedentes num Estado de Direito, avança ainda mais sobre lideranças da oposição, avança sobre um partido politico e sobre inclusive membros das forças armadas e a própria”, declarou.

“Acua, persegue, silencia e aplaca a oposição no Brasil querendo exterminar politicamente os seus opositores com a mão de ferro do judiciário e a Polícia do Estado. Agoniza a democracia brasileira!”

Integrantes do governo Bolsonaro ainda evitam declarações sobre a operação desta quinta, que investiga uma tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente no poder.

As informações que embasaram a ação foram coletadas na delação premiada do principal ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. Entre os alvos das medidas de busca e apreensão estão o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o assessor Tércio Arnaud Tomaz.

Ao todo, a PF cumpre quatro mandados de prisão preventiva e 30 mandados de busca e apreensão em 10 estados e no Distrito Federal. Entre os presos está o ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Câmara. O militar já era investigado no caso da fraude ao cartão de vacinação do ex-presidente.

Outro detido é Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais de Bolsonaro. Em nota, a defesa de Martins alega que não teve acesso à decisão que fundamentou a prisão e que “solicitou o acesso integral dos autos para estudo e posterior manifestação”.

Também são alvos de mandado de prisão os militares Rafael Martins e Bernardo Romão Correa Neto. Eles aparecem em conversas com Mauro Cid falando sobre o planejamento os desdobramentos da minuta do golpe.

THAÍSA OLIVEIRA / Folhapress

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