Governo inicia nova fase de combate ao garimpo na terra yanomami com 800 militares

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo Lula (PT) anunciou uma nova fase nas ações de combate ao garimpo na Terra Indígena Yanomami. Segundo determinação do Ministério da Defesa publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (8), 800 militares vão atuar na Operação Catrimani 2.

De acordo com o texto, os objetivos são interromper a logística das atividades garimpeiras e apoiar a casa de governo estabelecida no território. Para isso, será ativado o Comando Operacional Conjunto Catrimani 2, com militares de Exército, Marinha e Aeronáutica.

Na primeira fase, a operação distribuiu, entre de 17 de janeiro até o fim de março, 360 toneladas de suprimentos em 236 comunidades na terra indígena.

Já a casa de governo, instalada em 29 de fevereiro em Boa Vista (RR), funciona como uma estrutura permanente da administração federal para combater o crime no território, substituindo ações emergenciais.

Anunciada em janeiro pelo governo Lula, a estrutura vai centralizar a coordenação do trabalho de 31 órgãos federais, como ministérios de Justiça e Segurança Pública, Saúde, Meio Ambiente e Povos Indígenas e a Polícia Federal, que atuam na terra indígena.

Foram anunciados R$ 1,2 bilhão pelo governo para desintrusão e ações estruturantes em saúde pública, fiscalização e combate ao crime organizado.

Como mostrou reportagem da Folha de S.Paulo, o reforço de militares na fiscalização estava previsto em fevereiro, segundo o Ministério dos Povos Indígenas, junto com Polícia Federal, Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Força Nacional, Secretaria de Saúde Indígena e Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas).

A ampliação de ações na Terra Indígena Yanomami aconteceu após o governo Lula terminar o primeiro ano de gestão com 363 mortes, número maior do que as 343 registradas no último ano sob Jair Bolsonaro (PL).

O enfrentamento à crise humanitária entre yanomamis, marcada por desnutrição e malária, foi chamado de fracasso por lideranças indígenas. O próprio governo Lula admitiu, em plano enviado em fevereiro ao STF (Supremo Tribunal Federal) para reduzir a mortalidade, fragilidades no trabalho desenvolvido.

Falta de pessoal qualificado, corte de verbas, equipamentos obsoletos ou insuficientes, alta rotatividade de gestores e de projetos e dificuldades logísticas são alguns dos problemas apontados pela Secretaria de Saúde Indígena do Ministério da Saúde.

Reportagem da Folha de S.Paulo também mostrou que a presença de militares nas ações de fiscalização contra o garimpo ilegal diminuiu, o que coincidiu com um aumento, na região, de operações criminosas na busca por ouro e cassiterita

Redação / Folhapress

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