BYD destoa da Tesla, Eve quer concorrer com transporte por app e o que importa no mercado

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – BYD destoa da Tesla, Eve quer concorrer com transporte por app e outros destaques do mercado nesta sexta-feira (19).

**BYD QUESTIONA DESACELERAÇÃO E VÊ VANTAGEM DO BRASIL EM ELÉTRICOS**

Tyler Li, presidente da BYD no Brasil, não demonstra estar preocupado com a queda na demanda por carros elétricos mundo afora.

Pelo menos não como seus concorrentes –a Tesla, que só perde para a chinesa na produção de elétricos, vai demitir 10% dos funcionários em meio às vendas fracas.

“Na China, a venda de veículos elétricos está crescendo muito. Neste mês, as entregas chegaram a 50,4% do total de carros. Isso é um marco importante para o mundo” afirmou Li em painel no Web Summit Rio.

– Como deixar os carros mais acessíveis? (O Dolphin Mini, a versão de entrada da montadora, custa a partir de R$ 115,8 mil).

“Produzimos boa parte das peças dos nossos carros. Por exemplo, mais de 75% do modelo Seal é feito na BYD. No Brasil, temos tudo, o couro, o cobre, o alumínio, todas as matérias-primas. Assim que tivermos todas as peças de reposição prontas no país, podemos reduzir muito o custo”.

A empresa pretende investir R$ 3 bilhões no complexo industrial de Camaçari (BA), que pertencia à Ford, onde espera iniciar a produção no fim deste ano ou início do próximo. Líder na venda de elétricos no país, ela chegou a desbancar montadoras tradicionais no mês de março em Vila Velha (ES) e Indaiatuba (SP).

– O futuro é híbrido?

“Tivemos uma reunião em que o presidente Lula (PT) mencionou que o futuro para o Brasil é o sistema híbrido flex, poderíamos ter uma boa combinação entre as duas tecnologias. Em comparação com a China, os EUA ou a Europa, eles ainda usam gasolina para o carro híbrido normal. Mas no Brasil, poderíamos ter uma solução nacional [etanol]”.

**EVE QUER COMPETIR COM TRANSPORTE POR APP**

A Eve, fabricante brasileira de “carros voadores”, tem como objetivo não competir com o público que recorre hoje a helicópteros para fugir do trânsito, mas com aquele que usa serviços “premium” de apps de transporte de passageiros.

“Queremos democratizar o acesso ao transporte aéreo. Quem usa um táxi hoje poderá pagar para dividir um táxi aéreo”, disse Daniel Moczydlower, CEO da Embraer-X, local de onde nasceu a Eve.

Ele participou de painel no Web Summit na semana em que a startup controlada pela Embraer fechou a encomenda de até 50 unidades para a japonesa AirX –totalizando 2900 pedidos de aeronaves.

“Muitas pessoas terão a primeira experiência de voar em um eVTOL”, afirmou Moczydlower ao citar a sigla em inglês para veículos elétricos de pouso e decolagem vertical.

– Quais os desafios da tecnologia?

↳ Bateria: “É ela que vai garantir que seja um tipo de voo de zero emissões que é muito silencioso para poder operar dentro da cidade. Em termos de custo, precisamos de uma manutenção muito simples e de baixo custo”.

↳ Automação: “Precisamos garantir o controle automático de todas as decisões que provavelmente seriam impossíveis para um piloto humano tomar, porque é um multirotor. Isso garantirá a segurança da aeronave, que é bem mais segura do que um helicóptero. Mas torna-se difícil para o piloto sem o software (chamado de fly-by-wire).”

– Quando começa a operação?

“Devemos começar a voar o primeiro protótipo no final deste ano”, disse Moczydlower. Fabricadas em Taubaté (SP), as primeiras unidades comerciais devem ser entregues a partir de 2026.”

Fundada em 2020, a empresa chegou à Bolsa de Nova York em 2022, mas ainda está sob controle da Embraer. Hoje, tem avaliação de mercado de US$ 171 milhões (cerca de R$ 900 milhões).

*Viajei a convite do Web Summit Rio.

**PARA ASSISTIR**

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Enriqueça rápido: por que as pessoas caem em golpes financeiros?

Cartão de crédito: os métodos que os bancos usam para maximizar o lucro com a forma de pagamento.

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Aposentadoria: como o sonho de uma vida tranquila depois de anos de trabalho pode virar um pesadelo.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

MINISTÉRIO DA FAZENDA

Governo teme corrida por gastos no início de 2025 e propõe blindagem extra ao arcabouço. Reajustes de salários ou novas renúncias fiscais só poderão ser feitos após certeza de que meta de 2024 foi cumprida

AGROFOLHA

‘Mercado da saudade’ é estratégia para fruta brasileira ganhar o mundo. Produtores veem aumento nas exportações, sobretudo para Europa, e país recebe primeira edição de feira do segmento.

MERCADO DE TRABALHO

Rotatividade no mercado financeiro cai após salto do pós-pandemia. Bancos privados, fintechs e gestoras tiveram um turnover de 20% no último ano, ante 60% em 2022.

MEDICINA

Biomm, empresa que trará similar do Ozempic ao Brasil, tem nome da União no conselho. BNDES detém 5,52% das ações da companhia, que saltaram 38% na Bolsa brasileira após a notícia.

MEDICINA

Planos de saúde têm lucro líquido de R$ 3 bilhões em 2023 e apontam recuperação. Dados da ANS indicam que desempenho é o melhor desde o pós-pandemia; em 2022, lucro líquido foi de R$ 606,4 milhões.

ENERGIA LIMPA

Quais os incentivos fiscais para energia limpa no Brasil e o que muda com a reforma tributária. Levantamento mostra benefícios federais e estaduais e comparação com outros países.

ARTUR BÚRIGO / Folhapress

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