BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou nesta segunda-feira (6) a criação de uma comissão temporária externa para acompanhar a situação do Rio Grande do Sul e avaliar as medidas legislativas relacionadas.
Os três senadores do estado -Paulo Paim (PT), Hamilton Mourão (Republicanos) e Ireneu Orth (PP)- vão participar do grupo. Os outros cinco integrantes serão indicados pelos blocos partidários da Casa.
“É importante dizer que essa passa a ser uma absoluta prioridade do Senado para mitigar. É possível reconstruir o estado com medidas que espero que sejam ágeis. Primeiro ato de hoje é a instalação desse grupo, que ficará a cargo de analisar todas essas medidas”, afirmou Pacheco.
Paim se emocionou ao falar da crise que atravessa o estado. O senador disse que, aos 74 anos, nunca viu algo semelhante e relatou uma história que ouviu do filho, que é voluntário.
“Os bombeiros disseram abertamente que precisaram optar por quem iam levar primeiro [no resgate], e os pais mandam levar os filhos. Quando [os bombeiros] voltaram lá, eles não estavam mais. E há um espaço, por exemplo, em Canoas, para reunir todas as crianças desamparadas, de tantos pais que faleceram.”
O balanço divulgado nesta segunda indicou que 83 pessoas morreram e 111 estão desaparecidas. Há ainda 291 feridos. Dos 497 municípios gaúchos, 364 foram afetados. O único aeroporto de Porto Alegre está interditado sem previsão de reabertura.
“É uma tragédia de enormes proporções que todos nós que vivemos no Rio Grande do Sul nunca vimos. Para vocês terem ideia, temos três mil pessoas acampadas na rodovia, acampadas e sem estrutura”, afirmou Mourão.
O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) divulgou neste domingo (5) uma proposta de emenda constitucional que autoriza regime extraordinário fiscal, financeiro e de contratações em situações de calamidade pública. A PEC, se aprovada, valeria não só para o Rio Grande do Sul.
THAÍSA OLIVEIRA / Folhapress