A prefeitura de Campinas mais quatro mortes por dengue, chegando a um total de 20 óbitos pela doença em 2024. Até agora o município possui 77.767 casos confirmados, o número já ultrapassa em 18% os casos de 2015, que era considerada a maior epidemia de dengue da história da cidade.
Os óbitos foram entre 29 de março e 13 de abril. As vítimas são todas homens entre 57 e 90 anos. Dois haviam sido infectados pelo sorotipo 1 e os outros dois pelo sorotipo 2, que é menos comum.
O que já foi feito
Em 2023, um estudo da Secretaria de Saúde mostrou que a cidade viveria uma nova epidemia de dengue. Por isso, foram desencadeadas diversas medidas para o enfrentamento da doença. Muitas delas consideradas adicionais ao planejamento regular de prevenção e combate à dengue. O plano inclui Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e novo site para divulgar informações.
Em dezembro do ano passado foram reforçados os estoques dos principais insumos usados no tratamento da dengue para garantir o atendimento dos pacientes da rede municipal de saúde. A administração divulgou uma projeção de pelo menos 100 mil casos da doença em 2024.
Entre janeiro e 6 de maio deste ano foram realizados 14 mutirões intersetorais, incluindo um regional. Foram visitados mais de 58 mil imóveis para orientar a população e retirar criadouros do mosquito.
A Administração tem usado drones para localizar grandes criadouros do Aedes aegypti, como piscinas e caixas d’água em imóveis identificados como desocupados ou em situação de abandono. Com isso, chaveiros podem ser acionados e esta medida está respaldada em decisão judicial de 2020, proferida nos autos do processo judicial n.º 1005810-97.2014.8.26.0114, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas.
Outra novidade é o uso de inteligência artificial para ampliar o monitoramento e assistência em saúde aos pacientes com dengue. Toda pessoa diagnosticada ou com suspeita da doença, após atendimento no SUS Municipal, recebe, via WhatsApp, mensagem disparada pelo chatbot que auxilia a Pasta a acompanhar as condições do paciente. Caso necessário, é feita nova orientação sobre busca por atendimento.
A Prefeitura criou ainda o Grupo de Resposta Unificada (GRU), que envolve todas as áreas com objetivo de agilizar respostas e fiscalizações para denúncias que tratam de criadouros.
A Secretaria de Serviços Públicos intensificou o trabalho de coleta de lixo e entulhos e, com isso, passou a recolher 4 mil toneladas a mais de resíduos urbanos por mês.
Aos sábados, a Secretaria de Saúde passou a abrir centros de saúde que não funcionam aos finais de semana para ampliar o atendimento dos pacientes.
Ações em números – (atualização até 25/4)
- Controle de criadouros: 386,7 mil imóveis visitados
- Nebulização: cobertura de 107,1 mil imóveis
- Busca ativa + controle de criadouros: 86,6 mil imóveis visitados
- Avaliação de densidade larvária: 58,3 mil imóveis visitados
- Pontos estratégicos e imóveis especiais: 1,7 mil imóveis visitados
Comitê de prevenção
A Prefeitura conta com um comitê de prevenção e controle de arboviroses desde 2015, que em 2023 passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. Ele reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos, Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa. No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site: dengue.campinas.sp.gov.br.