Guaíba sobe quase meio metro em 24 horas e chega a 5,20 m

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O nível do lago Guaíba em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, subiu 0,42 m em 24 horas e atingiu 5,20 m às 07h15 desta terça-feira (14). O nível do lago estava em 4,78 metros às 7h30 da segunda-feira (13).

A cidade de Porto Alegre viu nesta segunda uma corrida contra o tempo para erguer barreiras contra a água e resgatar moradores que ainda estão em áreas de risco.

Tudo isso porque as chuvas que atingem a capital gaúcha desde o fim de semana tem feito o nível do lago Guaíba voltar a subir, o que pode fazer as inundações chegarem a regiões que não foram alagadas.

A previsão é que o Guaíba chegue a 5,40 m nesta terça, maior nível já registrado —o recorde é de 5,33 m, do último dia 6, segundo o IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Na noite de sábado, o lago estava com 4,56 m, mas desde então tem subido de maneira constante devido à chuva em todo o estado. Às 21h15 desta segunda, o nível estava em 5,11 m.

O nível de alerta do lago é 2,5 m. A inundação ocorre quando o nível chega a 3 m. Os dados são do Sistema Hidro, da ANA (Agência Nacional de Águas), do governo federal.

A capital gaúcha está nas margens do Guaíba, onde desembocam os principais rios que nascem no interior do estado, na área de planalto. Os rios Jacuí, Taquari/Antas, Sinos, Caí e Gravataí voltaram a receber chuvas ao longo de seus leitos, o que ajudou a aumentar o nível do lago.

Especialistas apontam que as chuvas em sequência dificultam o escoamento, e que a cidade ainda pode permanecer por até um mês embaixo d’água. “O quadro de cheias ainda está em andamento e não há sinal de que será revertido nos próximos dias”, disse o professor Rualdo Menegat, do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

A previsão é que as chuvas comecem a diminuir a partir desta terça-feira, de acordo com a Climatempo —porém, devem retornar na sexta (17), e prosseguir pelo fim de semana.

As inundações já causaram mais de 140 mortes e afetam cerca de 2 milhões de pessoas e grande parte das cidades gaúchas.

FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress

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