Joelma ferve público da Virada Cultural com vocais potentes e dança incessante

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Foi com o microfone longe da boca, na altura da barriga, que Joelma deu o grito estridente com o qual tradicionalmente começa seus shows na Virada Cultural de São Paulo na noite deste sábado. Uma das artistas mais potentes do calypso, ela mostrou ter pleno domínio não só da sua extensão vocal, como também do palco, onde dança e bate cabelo sem parar.

Joelma atrasou o show em meia hora, e não explicou o porquê quando surgiu vestindo saia vermelha, top preto, mangas com tecidos em camadas e botas que iam até o início da coxa. Fez pose de diva, berrou “é Calypso”, esticando a última vogal, e embalou os fãs com “Juras de Amor”.

Joelma cantou para um Vale do Anhagabaú lotado –ela foi escalada para a programação do palco principal desta Virada, no centro de São Paulo. O público estava aquecido pela fervura de Leo Santana, que se apresentou no mesmo palanque três horas antes.

Um dos momentos mais celebrados do show foi a performance de “Esqueça Meu Coração/Você Também Errou”. Joelma trocou o figurino e vestiu um body prateado com uma cauda de tecido branco, emulando um vestido de noiva. Acompanhada de um dançarino de terno, ela encenou um divórcio, com uma interpretação melodramática, fingindo que surrava o ex.

Em “Dois Corações”, a artista incentivou um grupo de fãs a lhe jogarem no palco um unicórnio de pelúcia cor-de-rosa. Ela cantou metade da música, sobre um romance que acabou, encarando o brinquedo, com raiva, como se ele fosse o traidor da canção.

Há ainda um momento gospel, quando Joelma canta sobre ter gratidão a Deus. No fim, ela prega sobre a importância da paz e grita “viva Jesus Cristo”.

Na grade, fãs se espremiam, uns com faixinha na cabeça, outros segurando a bandeira do Pará, onde Joelma nasceu. No fundo, a situação era diferente, com mais espaços abertos, permitindo que as pessoas tentassem imitar as coreografias incessantes de Joelma.

Ela deixou o melhor para o final. Encerrou o show com “Voando Pro Pará”, a música do tacacá, e “A Lua Me Traiu”. Após 1h30 de show, dançando e cantando sem playback, e sem perder o fôlego, ela gira várias vezes a cabeça, sacudindo o cabelo, curvada ao público, que a saudava.

GUILHERME LUIS / Folhapress

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