BALNEÁRIO CAMBORIÚ, SC (FOLHAPRESS) – O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, criticou o governo Lula (PT) neste sábado (6) pela suposta falta de estratégia de combate ao crime organizado em fala durante a CPAC, conferência conservadora que ocorre em Balneário Camboriú (SC).
Ele também foi aplaudido pela plateia bolsonarista ao falar de supostos criminosos que foram “neutralizados” pela polícia, eufemismo para mortos.
“Nesse atual governo federal, não há nenhum tipo de iniciativa para coordenar e combater o crime organizado, a gente sabe disso. Só que a gente não pode ficar olhando quieto, temos que nos organizar, os estados querem conter o crime organizado”, declarou.
Ele também criticou o governo Lula em outro ponto de sua fala, ao mencionar o veto do presidente ao projeto que acabava com as saidinhas de presos, do qual ele foi relator como deputado federal.
“Quando a gente achou que estava resolvido, o indivíduo que está no Palácio do Planalto vetou o projeto. Mas conseguimos derrubar o veto”, afirmou.
A audiência da conferência vibrou quando o secretário deu detalhes sobre a política linha-dura do governo de São Paulo contra o crime.
Num telão, ele apresentou números e ações da polícia, sobretudo contra a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), citando líderes do grupo que foram mortos. Em determinado momento, chegou a mostrar o corpo de um homem que estaria envolvido com o crime organizado e foi morto nesta sexta-feira (5).
“Esse vagabundo aqui ontem os policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) foram no encalce dele para tentar realizar a prisão, mas ele resistiu e atirou nos policiais”, disse, sob aplausos.
Em outro momento, mencionou um homem conhecido como “Príncipe do PCC”, que também foi morto.
“Esse menino do PCC era o líder na Baixada [Santista] toda. Na tentativa de realizar a prisão dele, infelizmente optou por atirar nos policiais da Rota [Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar] e foi mais um neutralizado”, disse.
Segundo ele, matar os suspeitos não é uma predileção.
“Quisera eu que todos os criminosos que as pessoas fossem prender se entregassem”, declarou.
Derrite defendeu também uma reforma das leis criminais, com endurecimento das condições carcerárias.
“Nos países desenvolvidos, que aplicam a tolerância zero, a gente não pode ter audiência de custódia, visita íntima, saída temporária e progressão de regime”, defendeu.
Ele criticou a imprensa por dizer que há letalidade policial em demasia.
“Nos acusam que aumentou a letalidade policial, mas não dizem que foi a maior redução de homicídios da história de SP no ano passado, 2023.”
FÁBIO ZANINI / Folhapress