“Você acha que eu não fui investigado pela Polícia Federal? Nunca encontraram nada. E nem tem o que encontrar”. A frase é do empresário de Ribeirão Preto Paulinho Junqueira, que figura em um inquérito da PF como tendo entregue dinheiro vivo à equipe do presidente Jair Bolsonaro nos Estados Unidos.
Trata-se do inquérito que apura eventual crime de peculato (furto praticado por servidor publico) praticado por Bolsonaro na venda de parte das joias dadas de presente a ele por representantes de países do Oriente Médio quando era presidente do Brasil. O valor dos bens, segundo a PF, pode chegar a R$6,8 milhões. Bolsonaro e outros 11 ex-assessores foram indicados pelo crime pelo STF.
De acordo com matéria divulgada neste final de semana (8) pelo portal UOL, mensagens interceptadas pela Polícia Federal no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, indicam que o então presidente teria recebido um envelope com dinheiro vivo de Samuel Solitto, genro do empresário, pouco depois de ter chegado aos Estados Unidos. Junqueira, entretanto, nega. ”
Se por um acaso a Polícia Federal achasse que existiria qualquer problema, eu teria sido investigado nesse inquérito, que corre há um ano e meio (…) estou à disposição para prestar qualquer esclarecimento”, disse.
Sem acusação
O empresário de Ribeirão Preto não figura entre os indiciados no inquérito, que faz menção superficial ao fato. No documento da PF, o coronel Cid faz menção à suposta entrega de dinheiro vivo destinada ao presidente Bolsonaro e gastos que teriam sido pagos com o cartão de Junqueira. O empresario, mas uma vez, nega.
“Não houve repasse de um único centavo ao presidente Jair Bolsonaro. Meu genro foi aos Estados Unidos e resolveu questões burocraticas sobre o uso do meu imóvel. Eu ofereci minha casa pelo tempo que o presidente necessitasse, e posso ter feito algum reparo necessário, mas não houve qualquer entrega de dinheiro”, disse o ruralista.
Ele ainda informou que mantém relação pessoal bom Bolsonaro. “Sempre que ele vêm a Ribeirão, fica em minha casa. O que me aproximou dele, em 2018, foi justamente o fato de ele não pegar nada, não pedir dinheiro”, disse.
Ainda segundo Junqueira, a qualificação do caso como pagamento de propina, por parte da imprensa, trata-se de uma campanha orquestrada contra Bolsonaro. “Bolsonaro tinha perdido a eleição, estava fora do pais. Não faz sem sentido. E nao houve qualquer pagamento ou envio de recursos. Mas é um discurso que interessa à 90% da imprensa”, afirmou o ruralista, que colocou informações à disposição. “Certamente eles ja devem ter investigado meus cartões. Mas estão todos à disposição. Não vão encontrar nada porque nunca houve nada nesse sentido”, disse. “Toda contribuição que dei ao Bolsonaro, durante as campanha, está registrada no Tribunal Superior Eleitoral e ocorreu de forma legal.
**Texto por Eduardo Schiavoni