Eliminada, Bia diz que infiltrações nas costas não atrapalharam e desabafa

PARIS, FRANÇA (UOL/FOLHAPRESS) – A tenista brasileira Bia Haddad terminou sua primeira participação nas Olimpíadas bem mais cedo do que esperava, com a eliminação da dupla com a medalhista de Pequim Luisa Stefani na segunda rodada do torneio. Ela já tinha sido eliminada na segunda fase também do torneio de simples, na segunda-feira (29). Perguntada pelo UOL sobre os rumores de que teria passado por um procedimento médico nas costas, ela confirmou a informação, evitou relacionar qualquer problema físico à performance abaixo de suas próprias expectativas em Roland Garros, e respondeu às críticas que vem sofrendo devido à queda de rendimento.

“As pessoas falam de momento ruim, mas eu sou número 20 e pouco do mundo. Eu tô jogando olimpíada. Estou em um momento em que, cada vez mais, eu valorizo as pessoas que estão comigo no meu dia a dia. Ninguém faz ideia do quanto a gente trabalha. Eu acho que a gente teve muita consciência sempre no trabalho duro e no quanto o trabalho duro paga no final do dia.”

Perguntada sobre como lidou com os comentários nas mídias sociais durante a competição, Bia disse que prefere não ler, e deu um recado para quem não tem críticas construtivas a fazer.

“Eu acho que a gente nunca se alimentou dos elogios porque, a partir do momento que a gente se alimenta disso, a gente sabe que na derrota vai ter que se alimentar então das críticas. As críticas que são críticas construtivas, fazem parte. Sou uma pessoa pública. Sei que as pessoas muitas vezes criticam porque acreditam”, disse a tenista.

“Sobre as críticas que vêm como ataque, desejo que a pessoa consiga evoluir com ela mesma. Eu acho que a crítica que ataca ela diz muito sobre a pessoa e não sobre mim, e eu tenho minha consciência tranquila do que eu faço. Inclusive o meu tempo eu gasto cuidando da minha vida e não da dos outros.”

Bia Haddad confirmou a informação de que passou por infiltrações nas costas antes das Olimpíadas. A reportagem do UOL acompanhou todas as partidas da tenista durante as Olimpíadas, sempre observando a necessidade de Bia ir diretamente para a fisioterapia após as partidas para poder se recuperar da melhor maneira possível.

Ela, no entanto, nega que tenha jogado com qualquer dor limitante e que isso tenha afetado diretamente sua performance.

“Sim, eu voltei pra casa, aproveitei pra fazer um um procedimento de infiltração nas costas. Dor e lesão para mim não é desculpa. Não é limitador. Não é por isso que a lesão entra ou sai. A gente tem algo muito claro no nosso time: a gente arranca as nossas desculpas o tempo inteiro. Desconforto todo atleta de alto rendimento tem e eu tenho que saber lidar com isso no dia a dia também. Da minha parte é trabalhar, eu estou bem fisicamente, não tenho nenhuma dor limitante hoje na quadra que me faça performar bem ou mal. Agora é melhorar o tênis.”

Fora das competições de simples, Bia Haddad agora vai seguir sua programação normal no restante do circuito mundial. “Nossos problemas, nossas oscilações, nossas dificuldades, elas são resolvidas na quadra e com trabalho duro. Eu tenho que seguir quietinha, trabalhando melhor, e eu tenho certeza de que coisas maiores estão por vir.”

JULIANNE CERASOLI / Folhapress

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