Brasil e Rafaela Silva são bronze na disputa por equipes em Paris

SÃO PAULO, SP, PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Judocas do Brasil conquistaram neste sábado (3) o bronze na competição de equipes mistas, medalha inédita para o currículo do esporte olímpico mais efetivo no país. A modalidade acumula 28 pódios depois de sua melhor campanha em Jogos.

O combate decisivo coube a Rafaela Silva, ouro na Rio-2016, que revelou em Paris ter tentado suicídio após ser flagrada em doping.

O bronze por equipes se soma ao ouro de Beatriz Souza (+78 kg), à prata de Willian Lima (-66 kg) e o primeiro bronze, de Larissa Pimenta (-52 kg). É, qualitativamente, a melhor participação do judô em Olimpíadas.

Em Londres-2012 o esporte também alcançou quatro pódios, mas com ouro de Sarah Menezes e três bronzes (Mayra Aguiar, Felipe Kitadai e Rafael Silva).

Sarah hoje é técnica da seleção feminina. Desde sua conquista, as mulheres preponderam no judô nacional, com sete pódios, três ouros incluídos, contra cinco do time masculino.

Na campanha da primeira medalha do país por equipes, torneio que estreou em Tóquio-2020 dentro do esforço do COI pela paridade de gênero no esporte olímpico, as brasileiras venceram dez combates, Rafaela, metade deles. Os colegas de time triunfaram 5 vezes.

O time do país bateu o Cazaquistão por 4 a 2, caiu nas oitavas contra a Alemanha, 3 a 4, e bateu a Sérvia na repescagem, por 4 a 1.

Na disputa pelo bronze, o adversário foi a Itália, eliminada na semifinal pela França de Teddy Riner. Rafael Macedo iniciou a disputa contra Christian Palati. Travada, a luta foi para o golden score, quando Macedo conseguiu um ippon. O segundo combate, com Beatriz Souza, foi mais fácil, ippon por imobilização após 36 segundos de disputa contra Asya Tavano.

Na sequência, Leonardo Gonçalves encarou Gennaro Pirelli em outro combate complicado, que foi para o golden score com o brasileiro punido por um shido. Com um 1min20s de tempo extra, levou o segundo. O italiano era mais efetivo e não permitia a pegada do brasileiro. Cansado, acabou levando um waza-ari.

Rafaela Silva, muito ofensiva, fez 3 a 1 com um waza-ari e outro ippon por imobilização em Veronica Toniolo. Foi a vez então de Willian Lima entrar no tatame contra Manuel Lombardo. Outro combate complicado, outro golden score. Lombardo, com ippon, levou o placar geral para 3 a 2.

A decisão então foi para as mãos de Ketleyn Quadros. Contra Savita Russo, conseguiu um waza-ari logo no começo do combate, mas concedeu um ippon perto do fim da luta.

O empate levou a disputa para o combate no golden score, em que os oponentes são sorteados. Sobrou Rafaela, que repetiu sua efetividade e uma volta por cima espetacular em sua carreira.

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE / Folhapress

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