RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), candidato à reeleição, se comprometeu nesta segunda-feira (5) a cumprir seu eventual quarto mandato até o fim. Cotado para a disputa ao governo estadual em 2026, ele disse ser sua obrigação ficar à frente do município pelos próximos quatro anos, caso vença o pleito em outubro.
“Adoro ser prefeito do Rio. Tenho a honra de ter tido a confiança da população por três vezes. Se tiver pela quarta vez, permanecerei no meu mandato. Essa é a minha obrigação e é para isso que eu estou me colocando”, disse Paes em entrevista ao G1.
Paes classificou como especulações sua intenção de disputar o Palácio Guanabara. Ele atribuiu a constante citação de seu nome para a eleição estadual à falta de quadros políticos no Rio de Janeiro.
“As especulações da política, até às vezes pela falta de alternativa no Rio, [existem] pelo que vem acontecendo no governo do estado. Quero assumir a prefeitura para ficar até o fim do meu mandato”, disse ele.
“As coisas vão muito mal no estado, as coisas vão muito naquilo que é a principal tarefa do estado que é a segurança pública. E acho que temos uma ausência de quadros para essa missão. Por isso sempre especulam meu nome. Sou candidato a governar essa cidade e me comprometo a governar essa cidade até o fim do meu mandato.”
Paes lembrou as pressões que sofreu em 2014 para disputar o governo estadual, quando havia dúvidas sobre a viabilidade do ex-governador Luiz Fernando Pezão (MDB). Na ocasião, ele havia prometido concluir o seu segundo mandato e a preparação da cidade para as Olimpíadas de 2016. Ele terminou o mandato, mas seu candidato, o deputado Pedro Paulo (PSD), ficou fora do segundo turno.
Apesar da declaração, o prefeito não descarta uma candidatura em 2026. A decisão dependerá do cenário político daqui a dois anos.
A escolha do deputado estadual Eduardo Cavaliere (PSD) para a vice da chapa teve como objetivo reduzir a pressão sobre a decisão.
Caso Pedro Paulo fosse escolhido, a avaliação é de que a pressão pela renúncia em abril de 2026, em caso de reeleição, seria maior. O braço-direito teria aberto mão de um mandato consolidado como deputado federal com a perspectiva imediata de substituir o prefeito. Aos 29 anos e iniciando na política, Cavaliere tem a permanência como vice até 2028 vista como mais natural.
Paes defendeu a escolha do nome para a vice.
“Quadro capaz, competente e preparado e me dá muita tranquilidade para me acompanhar nessa tarefa de governar a cidade. […] Eduardo Cavaliere está mais do que preparado para ser meu vice-prefeito e eu espero que eu não tenha minha ausência porque espero ficar vivinho, ganhar a reeleição e ficar vivo até o fim do mandato”, disse ele.
Ele minimizou a pouca experiência política do deputado. “Certas práticas que a experiência política carioca e fluminense exigem, é bom até que não tenha tanta experiência assim.”
ITALO NOGUEIRA / Folhapress