Piu cresce em Paris e, ‘com raiva’, ganha o bronze nos 400 com barreiras

PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Alison dos Santos, o Piu, disse que ia correr com raiva, em busca da segunda medalha olímpica. Um rival francês, Clément Ducos, duvidou de sua forma física após o terceiro lugar na semifinal.

A raiva valeu, pelo menos, um novo pódio. Na final dos 400 metros com barreiras dos Jogos de Paris, correndo na raia três, o brasileiro ficou com a medalha de bronze, no tempo de 47s26.

Na prova, última final da noite, a medalha de ouro ficou com o americano Rai Benjamin, em 46s46, e a prata com o norueguês Karsten Warholm, em 47s06. Eles inverteram as posições do pódio de Tóquio.

Piu entrou animado na pista do Stade de France ainda molhada pela chuva forte que caiu no início da noite. Acenou para o público e brincou, como costuma fazer. Na prova, chegou a lutar pelo ouro, mas perdeu terreno na última curva.

A final despertou grande interesse na França, devido à surpreendente presença de Clément Ducos. Antes desconhecido do grande público, ele surpreendeu ao chegar em segundo lugar na semifinal, atrás de Warholm e à frente de Piu.

“Clément! Clément!”, gritava o público antes da largada. Ducos terminou em quarto, a meio segundo do brasileiro.

Resultado final dos 400 metros com barreiras:

Ouro – Rai Benjamin (EUA) – 46s46

Prata – Karsten Warholm (NOR) – 47s06

Bronze – Alison dos Santos (BRA) – 47s26

4 – Clement Ducos (FRA) – 47s76

5 – Kyron McMaster (IVB) – 47s79

6 – Abderrahman Samba (QAT) – 47s98

7 – Rasmus Magi (EST) – 52s53

9 – Roshawn Clarke (JAM) – Não concluiu

PREPARAÇÃO

Nos últimos cinco anos, a prova dos 400 metros com barreiras foi inteiramente dominada por Warholm, Benjamin e Piu, como raramente se viu na história do atletismo. Até a final desta sexta, eles eram detentores de 34 das 36 melhores marcas de todos os tempos.

Em 2021, o brasileiro foi bronze em Tóquio, atrás de Warholm e Benjamin.

Em entrevista à Folha no início de julho, quando venceu a etapa de Paris da Diamond Legue, Piu disse que se sentia “melhor que três anos atrás”.

“A preparação está mais leve. Comparando 2021 e 2024, já estamos em outro patamar. Estou melhor agora do que estava em 2022 e 2021”, afirmou.

Em 2023, ele passou por uma artroscopia no joelho direito, para retirar parte do menisco.

“Sinto que tenho de novo dois joelhos sadios. E isso é lindo. Poder sair para a pista, treinar, fazer outros exercícios sem sentir dor.”

Ele também disse que não queria se preocupar muito com os rivais Warhol e Benjamin. “Estou pensando só na minha corrida, na minha preparação, no que estou fazendo. Porque se eu fico pensando nos outros caras, paro de pensar em mim mesmo e não me preparo do melhor jeito que posso. Então prefiro relaxar e pensar que estou fazendo o melhor possível.”

ANDRÉ FONTENELLE / Folhapress

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