Atletismo e tênis de mesa garantem medalhas ao Brasil no 2º dia das Paralimpíadas

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No segundo dia dos Jogos Paralímpicos de Paris, o atletismo e o tênis de mesa —duas das modalidades mais vitoriosas do país na história do evento esportivo—, garantiram mais quatro medalhas para o Brasil.

Na pista do Stade de France, o paulista Júlio César Agripino, 33, conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil no atletismo na capital francesa na prova dos 5.000m, na classe T11 (deficiências visuais). Agripino completou a prova com o tempo de 14min48s85, novo recorde mundial e paralímpico da distância.

“Estou muito feliz, é muita emoção ser campeão paralímpico e quebrar o recorde mundial. Mostra a força da periferia, comecei a treinar só tinha um campinho. Mas com muita força e determinação eu consegui vencer, sempre tem altos e baixos na vida, mas agora sou campeão paralímpico. Dedico também essa medalha para o meu avô”, disse Agripino.

O sul-matogrossense Yeltsin Jacques, 32, que havia ficado com o ouro em Tóquio-2020 e era o recordista até então, desta vez levou o bronze, com o tempo de 14min52s61. O japonês Kenya Karasawa ficou com a prata (14min51s48).

Com os dois pódios, o atletismo se isola ainda mais como o esporte que mais trouxe medalhas para o Brasil nas Paralimpíadas. Agora são 172 —49 de ouro, 70 de prata e 53 de bronze.

O número pode aumentar à tarde, com oito brasileiros disputando finais.

Às 14h20 (horário de Brasília), está programada a final dos 100m na classe T37 (paralisados cerebrais para andantes) com três atletas do país —o fluminense Ricardo Mendonça, que fez o melhor tempo nas eliminatórias, o acreano Edson Pinheiro, o segundo mais rápido, e o paulista Christian Gabriel.

Logo depois, às 14h29, será disputada a final dos 100m da classe T47 (deficiência nos membros superiores), com a participação do atual bicampeão paralímpico, o paraibano Petrúcio Ferreira. Ele terminou sua bateria na segunda colocação, com o sétimo melhor tempo na classificação geral.

“Já sou um iluminado, por tudo que passei. Estou aqui (nos Jogos Paralímpicos) pela terceira vez, é muito gratificante. Foi só a classificatória, importante é a final, ali que não posso dormir. Teve duas queimas na minha bateria, o que também esfria um pouco”, disse Ferreira.

Também disputam a mesma final o carioca Washington Júnior e o paulista Lucas Sousa.

Às 13h, a paulista Giovanna Boscolo e a amapaense Wanna Brito disputam a final do lançamento de club na categoria F32 (paralisados cerebrais para cadeirantes). Wanna foi campeã no mundial de Kobe 2024 e é uma das favoritas ao pódio.

DUPLAS BRASILEIRAS ASSEGURAM MAIS DUAS MEDALHAS NO TÊNIS DE MESA

No tênis de mesa, o Brasil garantiu mais duas medalhas nesta sexta-feira.

A dupla formada pelas paulistas Cátia Oliveira e Joyce Oliveira foi derrotada pelas sul-coreanas Su Yeon Seo e Jiyu Yoon por 3 sets a 0 (11/6, 11/9 e 13/11) nas semifinais da categoria WD5.

Como não há disputa pelo terceiro lugar, Cátia e Joyce asseguraram o bronze.

A segunda medalha do país na modalidade veio com a vitória da dupla Bruna Alexandre e Dani Rauen pelas quartas de final contra as ucranianas Maryna Lytovchenko e Iryna Shynkarova por 3 sets a 0, parciais de 11/4, 11/2 e 11/3.

Bruna Alexandre, que foi bronze individual e por equipes nos Jogos do Rio, em 2016, e prata individual em Tóquio, em 2021, é a primeira atleta do Brasil, homem ou mulher, a disputar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos no mesmo ano.

O tênis de mesa brasileiro tem agora 10 medalhas na história das Paralimpíadas, sendo a quinta mais vitoriosa do país na competição.

Já as duplas formadas por Danielle Rauen e Luiz Manara e por Bruna Alexandre e Paulo Salmin foram eliminadas nas quartas de final nas duplas mistas na categoria XD17.

BRASIL AVANÇA A DUAS FINAIS NA NATAÇÃO

Já a natação brasileira, que subiu ao pódio três vezes no primeiro dia de competições, garantiu a presença em duas finais durante as eliminatórias disputadas nas piscinas da Arena La Défense.

O Brasil será representando na final do revezamento 4x50m, marcada para as 15h44. Nas classificatórias, a equipe formada por Patrícia Santos, Lídia Cruz, Daniel Xavier Mendes e Samuel Oliveira completou a prova em 2min23min12, obtendo o segundo melhor tempo, atrás apenas dos Estados Unidos.

O catarinense Talisson Glock, por sua vez, disputa a final dos 200m medley da classe SM6 (limitação físico motora), às 12h58. Ele completou a bateria na liderança, chegou a ser desclassificado pela arbitragem, mas teve o tempo validado após recurso apresentado pela delegação brasileira.

A natação é a segunda modalidade que mais ganhou medalhas para o Brasil nas Paralimpíadas, com 128 —41 de ouro, 40 de prata e 47 de bronze.

VITÓRIA MASCULINA E DERROTA FEMININA NO GOALBALL

No goalball, a seleção masculina, atual campeã paralímpica, venceu nesta sexta o time dos Estados Unidos por 13 a 8. Os brasileiros já haviam estreado na véspera com vitória contra a França (8 x 5).

Foi a primeira vitória contra os Estados Unidos nos Jogos —eram três derrotas até aqui.

“Tivemos as experiências das últimas Paralimpíadas, eles são uma equipe que sabe jogar esse tipo de competição. E aqui não foi diferente. Se você pegar o resultado das últimas competições, foram placares mais elásticos. Eles acharam bolas boas no primeiro tempo, tivemos dificuldade para achar o tempo de bola, mas fomos fazendo ajustes e, no segundo tempo, conseguimos impor nosso jogo. E foi bom derrubar esse tabu”, afirmou o ala/pivô paraibano Emerson, 25.

No sábado, às 12h30, está prevista a terceira e última partida pela fase de grupos, contra o Irã.

Já a seleção feminina, que estreou com um empate por 3 a 3 contra a Turquia, foi derrotada nesta sexta-feira por Israel (8 x 4). A equipe volta a quadra no sábado contra a China, às 9h45.

O goalball é disputado por oito países divididos em dois grupos. Todos avançam às quartas de final, com os primeiros colocados enfrentando os quartos, e os segundos pegando os terceiros melhores classificados.

TRÊS BRASILEIROS DISPUTAM SEMIFINAIS NO TAEKWONDO

No taekwondo, o Brasil terá três representantes nas semifinais, no período da tarde.

Bronze em Tóquio-2020, a paraibana Silvana Fernandes, que perdia sua disputa pelas quartas contra a nepalesa Palesha Goverdhan por 5 a 1, conseguiu a virada nos últimos segundos e venceu por 18 a 0, na categoria até 57 kg.

Na disputa até 65 kg, a mineira Ana Carolina Moura venceu a grega Christina Kentzou por 11 a 7 e também assegurou vaga nas semifinais, assim como o paulista Nathan Torquato, que venceu o iraniano Saeid Sadeghianpour por 22 a 10 na categoria até 63 kg masculina.

Redação / Folhapress

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