Oferecida pelo Centro de Memória da Educação Básica de Campinas (CMEC) e intitulada “A Família Cezarino e a Educação em Campinas”, a exposição virtual tem o objetivo de contar para o público um pouco desta herança desta família para a cidade. A exposição pode ser vista pelo link: campinas.sp.gov.br/sites/centrodememoria/exposicao-familia-cezarino. .
Durante a visita à exposição, será possível conhecer por meio de fotos, a trajetória da família e entre os seus feitos a implantação do Colégio Perseverança, na Campinas do século XIX. Um detalhe importante para época, ele foi criado por um casal de negros educadores: Antônio Ferreira Cezarino e Balbina Gomes da Graça Cezarino.
A escola figurava entre as duas existentes no país que tinha as portas abertas para mulheres da elite campineira. “É uma história inusitada. Durante o século 19, no período em que vigorava no Brasil a mão de obra escrava, um casal de negros funda um colégio para educar as meninas”, afirma o coordenador do CMEC, André Luís Bertolai.
O Colégio chamava atenção. Uma das visitas ilustres que ele recebeu na época foi a do imperador Dom Pedro II, que inclusive, registrou em seu diário a sua passagem por Campinas.
A curadoria da construção expográfica, que envolve a escolha das obras e do percurso da exposição, foi feita pela professora de Artes da rede municipal, Mariana de Paula Motta, que é uma das integrantes da equipe do CMEC.
A exposição virtual pode ser acessada por qualquer pessoa, já com relação às escolas é um conteúdo que pode ser trabalhado pelos diversos componentes curriculares. No final da exposição, há uma sala de jogos, que é uma forma divertida de reforçar o conteúdo.
“As obras e as informações da exposição foram pensadas como material pedagógico de apoio para a sala de aula”, informa o coordenador do CMEC. Além da exposição, há um catálogo informativo sobre a família que é mais uma ferramenta que pode ser usada em sala de aula.
A exposição “Família Cezarino e a Educação em Campinas” pode ser acessada por meio deste link: campinas.sp.gov.br/sites/centrodememoria/exposicao-familia-cezarino.
Os Cezarinos
Mineiro, da cidade de Paracatu, Antônio Ferreira Cezarino era órfão de mãe. Foi criado e alfabetizado por uma tia paterna. O pai era tropeiro e só veio conhecer o filho, quando o menino tinha 11 anos. Tanto pai, quanto filho, eram negros e livres, em um período em que a escravização de mão de obra acontecia.
Em 1814, já alfabetizado, Cezarino mudou-se com o seu pai para a Vila de São Carlos, hoje Campinas. Trabalhou em fazendas locais, onde se destacava em suas funções. Continuou os estudos. Seis anos mais tarde, casou-se com Balbina e já não trabalhava mais em fazendas. Com o dinheiro que acumulou com os novos trabalhos – que iam de mascate passando por carpinteiro, alfaiate e músico -, conseguiu abrir o Colégio Perseverança em 1860.
O Colégio tinha como professoras e gestoras, quatro filhas, de um total de 11 filhos. Cezarino faleceu em 1892, endividado.