Ataque do Irã a Israel gerou recorde de alarme aéreo e desviou voos

JERUSALÉM, ISRAEL (FOLHAPRESS) – O ataque com mísseis balísticos feito pelo Irã na noite de terça (1º) fez soar sirenes de alarme em 2.099 localidades em Israel, o maior número já registrado na história do Estado judeu.

O recorde anterior era de 28 de setembro, quando sirenes e aplicativos com os alertas soaram em 911 pontos. Ao longo do mês passado a média diária foi de 487 pontos, ante 300 em agosto.

Se o bombardeio com 181 mísseis só causou uma morte, e em território palestino, do ponto de vista psicológico as sirenes causam desconforto crescente. “Estamos há um ano com isso, e em Jerusalém é raro”, diz Binyamin, caixa de uma loja de conveniência no calçadão Ben Yehuda, no centro da cidade.

Como é uma cidade sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos, Jerusalém é vista como mais segura que outras localidades israelenses quando o assunto é míssil caindo na cabeça dos moradores. Mas sirenes soam eventualmente quando há abate de projéteis destinados a assentamentos judaicos nas redondezas.

Na terça, foi diferente, lembrando o ataque de abril, quando a cidade estava na rota das ondas de mísseis lançados pelo Irã, que miraram principalmente a área central, Tel Aviv e bases aéreas do país.

Outro efeito colateral está no transporte. Na terça, Israel e os países vizinhos fecharam seu espaço aéreo, reabrindo logo após o ataque. Cerca de 80 voos que passavam pela região, alguns com destino ao Estado judeu, foram desviados.

No Irã, havia aviões no ar na hora do lançamento. Um vídeo que circula nas redes sociais, que segundo canais de monitoramento de informações é legítimo, mostra mísseis levantando voo a partir de uma janela de aeronave comercial no país.

Teerã determinou o fechamento do seu espaço aéreo na faixa ocidental até as 5h de quinta (3, 23h de quarta em Brasília).

O ataque levou uma série de empresas aéreas que ainda voavam para Israel, como a emirati FlyDubai e a Ethiopian Airlines, a cancelar provisoriamente voos. Há dois dias, a autoridade de aviação civil da União Europeia havia dito que empresas que conectam o continente a Israel e Líbano deveriam suspender serviços até o dia 31.

A grande maioria delas obedeceu a ordem, e a invasão do sul libanês por forças israelenses acabou por tirar alguma das últimas que ainda faziam rotas europeias, como a espanhola Air Europa.

Resultado, segundo contas do Ministério do Turismo citadas pelo jornal Yedioth Ahronoth, cerca de 55 mil israelenses não conseguirão voltar para casa a tempo de passar o ano-novo judaico, o Rosh Hashaná, que começa com o cair do sol nesta quarta (2), e será celebrado até o poente de sexta (4).

Em Jerusalém, a manhã foi de calma após o susto da véspera, quando dois alertas sequenciais fizeram moradores buscar abrigo em lojas maiores com bunkers e recessos nas paredes milenares da Cidade Velha.

IGOR GIELOW / Folhapress

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