Rio Paraguai atinge menor nível histórico e tem quedas diárias

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O rio Paraguai, o principal do pantanal, atingiu nesta terça-feira (8) o menor nível histórico, com 62 centímetros, segundo o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), responsável pelo monitoramento hídrico do estado. A marca supera a atingida em 1964 (61 centímetros).

Em alerta, a sala de situação do Imasul informou que o nível do rio apresenta quedas diárias de um a dois centímetros, o que prejudica a navegação e o abastecimento de comunidades ribeirinhas que dependem do rio para subsistência e transporte.

O rio está abaixo da cota zero, um ponto crítico de profundidade, mas que não significa ausência total de água. Em Ladário, na região pantaneira, o rio mantém cinco metros de profundidade devido às características geológicas da região, que criam um canal natural no leito.

O canal preserva um volume de água suficiente para garantir um nível mínimo de navegabilidade e abastecimento, apesar da seca extrema.

Segundo o governo de Mato Grosso do Sul, a queda do nível do rio Paraguai impacta diretamente a economia e o meio ambiente no estado. Prejudica, por exemplo, o turismo e a pesca, atividades econômicas importantes para a região.

Além disso, comunidades ribeirinhas enfrentam dificuldades para o abastecimento de água e até alimentação.

A redução do nível do rio está associada à crise climática e à falta de chuva na bacia hidrográfica.

“O Imasul está mobilizado para acompanhar a situação de perto e repassar informações precisas”, disse André Borges, diretor-presidente do órgão público.

Em maio, a ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) aprovou a declaração de situação crítica de escassez quantitativa dos recursos hídricos do rio Paraguai.

A partir dessa declaração, a agência intensifica os processos de monitoramento hidrológico, identifica os impactos sobre uso da água, propõe medidas de prevenção e mitigação dos impactos, permite que entidades reguladoras e prestadores de serviço adotem mecanismos tarifários de contingência, sinaliza a necessidade de adoção de medidas especiais e possibilidade a declaração de situação de calamidade ou emergência pelos municípios ou estados, entre outras medidas.

Redação / Folhapress

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