Ana Sátila ‘abraça’ fama conquistada com meme após brilhar em Paris-2024

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Após a ‘maratona’ nas corredeiras da canoagem slalom nas Olimpíadas de Paris, Ana Sátila teve seu merecido descanso, mas logo voltou a treinar. A atleta incansável fez uma pequena pausa para participar da COB Expo no fim de setembro e lá na feira, ela não teve tempo nem para comer direito porque queria atender todos os fãs que formavam filas para conhecer a brasileira depois da fama ao se tornar figura onipresente nos Jogos.

E ela adora receber todo o carinho do público que a abraçou e reconheceu o esforço de Ana. A brasileira disputou nada menos do que 15 provas nas Olimpíadas. Se você está sentindo falta de ver a canoísta, basta procurá-la nas redes sociais, onde ela tenta mostrar a rotina de treinos e interagir com as centenas de seguidores que ganhou recentemente.

“Eu tento não ser influencer, eu sou atleta e prefiro mostrar minha rotina. Eu penso desse jeito. Quando eu vou treinar, procuro pedir para alguém gravar ou eu mesma faço. Infelizmente pode ser cansativo, porque todo mundo que entrar no meu Instagram vai ver treino, só isso praticamente. O influenciador não, ele vai mostrar rotina, a comida, roupa. Eu não sou assim, mas confesso que eu estou tentando melhorar muito. Vai levar tempo, mas eu acho que vou conseguir em algum momento. O mais importante é colocar realmente o que eu faço, o que eu amo, e é isso que eu estou tentando agora”, destacou Ana Sátila.

Foi nas redes sociais que Ana também recebeu mensagens de pessoas que passaram a praticar a canoagem slalom justamente porque gostaram de acompanhar a brasileira durante sua ‘maratona’ de competições em Paris. Tudo isso deu forças para ela superar a frustração por ter ficado em quarto lugar no C1.

“Confesso que foi bastante difícil ter terminado tão próxima da medalha, apesar de ter sido um resultado histórico. Eu fiquei muito feliz. Quando tudo acaba e você começa a relembrar como foi e ter visto que chegou tão perto, dói bastante, mas ter recebido carinho das pessoas foi a parte mais especial pra mim. Recebi relatos de muitas pessoas que nunca participaram do esporte, e que, depois de me assistir, quiseram praticar, colocar seus filhos. Sempre foi o meu sonho desde o início”, comentou.

“Sempre fui uma pessoa que acreditava, que queria fazer acontecer de um certo jeito. Meu sonho sempre foi ter um instituto, ter um projeto social e ajudar a influenciar as crianças. E eu vi que depois dos Jogos, isso aconteceu. Todo esse movimento também me motivou a acreditar ainda mais agora, porque eu sei o caminho. Provei para mim que eu sei como tem que ser feito pela minha dedicação, pelo meu esforço e agora é continuar nessa jornada de Los Angeles e conquistar essa medalha”, disse Ana Sátila.

Ana furou uma bolha ao conseguir cativar o público brasileiro com seu multiverso da canoagem mesmo sem garantir uma medalha e se tornar o símbolo da resiliência. Em outras competições, quando não conseguia bons resultados, ela se chateava com as críticas que recebia. Desta vez, foi diferente.

“Todo mundo acompanha muito o atleta medalhista e eu fiquei reconhecida pelos meus fãs por estar ali lutando. O pessoal até brincou: ‘a Ana Sátila representa a imagem do brasileiro que treina, trabalha e não ganha nada’. Não era essa a intenção, mas chegou muito perto dessa vez. Eu me diverti muito com isso, porque realmente é uma luta, não só no esporte, mas fora também, com as pessoas que não têm tanta oportunidade na vida. É você acreditar, porque é essa a única esperança. E foi assim comigo que eu passei por muitos casos que eu pensei em desistir”, contou Ana.

Enquanto a reportagem do UOL conversava com a atleta, uma fila de fãs se formou e aguardou ansiosamente por uma foto com Ana. Não importava se ia demorar, eles queriam conversar com ela. E, no fim, até a mãe desta repórter que vos escreve venceu e conseguiu receber uma mensagem de voz da atleta, praticamente xará dela.

Em uma das perguntas, expliquei para a atleta que minha mãe foi uma das entusiastas do multiverso de Ana Sátila e sempre me perguntava como estava a brasileira que vivia dentro da água com sua canoa. Ela, então, pediu para enviar a mensagem especial para agradecer a torcida e o carinho.

“Mesmo sem conseguir almoçar nesta sexta-feira (11), eu amo muito isso, porque cada pessoa que se aproxima, seja uma criança ou um adulto, e comenta sobre a história, é uma oportunidade de deixar algo para ela? Poder falar da minha experiência, o que eu passei pra chegar até aqui, pode acabar motivando alguém, entende?”, comentou Ana.

BEATRIZ CESARINI / Folhapress

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